Avanços na medicina veterinária, cuidados personalizados e atenção à saúde emocional dos tutores impulsionam a longevidade dos animais de estimação
Os pets brasileiros estão vivendo mais, e melhor. Cães e gatos que antes enfrentavam limitações de idade agora brincam, correm, sobem no sofá e aproveitam a vida mesmo após os 15 anos. Estudos indicam que a expectativa de vida dos animais domésticos aumentou cerca de 50% nas últimas duas décadas, graças à evolução da medicina veterinária, à maior conscientização dos tutores e à popularização do conceito de pet como membro da família.
Segundo o médico veterinário Eros Luiz de Sousa, diretor do Hospital Veterinário MeBi – Médicos de Bichos, em Curitiba, esse salto na longevidade tem fundamentos claros: diagnóstico precoce, tratamentos personalizados, nutrição de precisão e uma nova visão sobre o cuidado integral com os animais.
“Não tratamos os pets como humanos, mas aplicamos ciência e tecnologia com o mesmo rigor técnico que a medicina humana exige. Isso mudou tudo”, explica Sousa.
Expectativa de vida sobe em todas as raças
De acordo com o especialista, cães de pequeno porte, que antes viviam cerca de 13 anos, hoje alcançam de 16 a 18 anos. Animais de médio e grande porte chegam, respectivamente, a 13 e 10 anos. Já os gatos, tradicionalmente mais longevos, ultrapassam com frequência os 20 anos, quando bem cuidados.
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“Com a exigência por um cuidado mais técnico, veio também a profissionalização da medicina veterinária. Hoje, o tutor espera mais e recebe mais”, afirma o diretor da MeBi.
Medicina de ponta também para os pets
O Hospital Veterinário MeBi é um exemplo dessa nova realidade. A estrutura conta com 60 leitos, três centros cirúrgicos, equipamentos de última geração e até suítes privativas. Mas, segundo Sousa, o que faz diferença está nos bastidores: uma equipe com 44 veterinários e 26 profissionais de apoio garante protocolos rigorosos, monitoramento constante e atenção humanizada.
“Temos protocolos anestésicos distintos para cada tipo de paciente. Isso nos permite operar até animais idosos ou os que tem mais de uma doença ao mesmo tempo e com segurança no pós-operatório”, destaca.
Outro avanço está na atenção ao microbioma intestinal, um campo antes ignorado e que hoje é tratado como peça-chave da saúde física e emocional dos pets. Dietas específicas, probióticos e até transplantes fecais já são realidade em hospitais especializados.
“Quando o microbioma está equilibrado, o organismo responde melhor a doenças, inflamações e até ao estresse”, explica Sousa.
Diagnóstico de precisão e medicina preventiva
Os avanços tecnológicos também colocaram fim à medicina veterinária baseada em tentativa e erro. Hoje, o diagnóstico é feito com exames como tomografia computadorizada, ressonância magnética, ecocardiografia e testes moleculares.
“Conseguimos identificar doenças silenciosas antes mesmo que o animal demonstre dor. Isso aumenta muito as chances de sucesso no tratamento e reduz o sofrimento”, diz o especialista.
Além dos equipamentos, a formação dos profissionais também evoluiu. O corpo clínico do MeBi conta com professores, mestres e doutores especializados em áreas como oncologia, anestesiologia, neurologia e gastroenterologia.
Cuidar dos pets e de seus tutores
Outro diferencial da medicina pet moderna é o olhar voltado para o tutor. No MeBi, o atendimento começa já na recepção, que é dividida entre cães e gatos para reduzir o estresse dos animais e dos seus responsáveis.
“Muitos tutores chegam fragilizados, com medo. Por isso, oferecemos um ambiente acolhedor e apoio psicológico nos casos mais delicados, como doenças graves ou luto”, afirma Sousa.
Um novo papel para os veterinários
De profissionais que apenas vacinavam ou realizavam procedimentos básicos, os veterinários passaram a ser figuras centrais na promoção da qualidade de vida animal. “Hoje, não tratamos só doenças. Prevenimos, acompanhamos, acolhemos. Isso é o que garante longevidade com bem-estar”, resume o diretor da MeBi.
Com quase 150 milhões de animais de estimação, o Brasil é o terceiro maior mercado pet do mundo. Segundo o Instituto Pet Brasil, 8 em cada 10 lares brasileiros têm ao menos um cão ou gato. E, com essa transformação silenciosa e profunda na saúde animal, a expectativa é de que os pets façam parte da família por muitos e muitos anos a mais.