Setor pet projeta alta de quase 12% em 2025, impulsionado por uma geração de tutores que tratam seus animais como filhos
O que antes era considerado apenas um apelido carinhoso ganhou status de estilo de vida. O conceito de “mãe de pet” vem ganhando força no Brasil e no mundo, refletindo uma transformação profunda na relação entre humanos e animais de estimação. Cada vez mais, cães e gatos são tratados como membros da família, o que não apenas altera a dinâmica dos lares, mas também impulsiona mudanças significativas no mercado pet e na formação de novos profissionais da área veterinária.
Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), o setor pet brasileiro segue em expansão e deve movimentar cerca de R$ 86 bilhões em 2025, um crescimento de 11,7% em relação ao ano anterior. Por trás desses números está uma mudança cultural: tutores que investem tempo, afeto e dinheiro em cuidados que vão além do básico, incorporando práticas antes reservadas aos cuidados com filhos humanos.
“O perfil do tutor mudou radicalmente. Hoje, quem tem um pet quer entender tudo sobre ele: da alimentação ao comportamento emocional. Isso exige uma nova postura também dos profissionais de saúde animal”, explica a médica-veterinária Fernanda Martins, coordenadora pedagógica da Faculdade de Medicina Veterinária Qualittas.
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A transformação do vínculo afetivo entre humanos e pets tem gerado novas demandas em clínicas e hospitais veterinários, exigindo atendimentos mais humanizados, explicações detalhadas e acolhimento emocional para os tutores. Ao mesmo tempo, abre espaço para serviços personalizados que vão de planos de saúde e fisioterapia animal até acupuntura, psicologia comportamental e hospedagens de luxo.
A tendência também chega às salas de aula. Faculdades e instituições de ensino vêm reformulando seus currículos para formar veterinários mais preparados para lidar com esse novo tipo de relação. “Na Qualittas, além do conhecimento técnico, os alunos são capacitados para entender o forte vínculo emocional entre tutor e pet. Isso é essencial para uma prática profissional mais ética, sensível e atualizada”, afirma Fernanda.
Confira algumas tendências que acompanham essa nova forma de maternidade:
• Pets como parte da família: Presentes em festas, viagens e até em testamentos, os animais ocupam hoje espaços centrais nas casas e nos corações de seus tutores.
• Atendimento humanizado: Clínicas investem em capacitação emocional dos profissionais para lidar com tutores mais informados e sensíveis.
• Serviços especializados: Spas, creches, planos de saúde, terapias alternativas e produtos premium movimentam o mercado.
• Educação continuada: Cresce a oferta de cursos e mentorias para tutores e profissionais que desejam se atualizar.
• Ambientes adaptados: Arquitetura e design também acompanham a mudança, com projetos pet friendly e móveis pensados para a convivência integrada.
Ser mãe de pet é, sim, uma forma legítima de maternidade. E o mercado, da indústria ao ensino, começa a se moldar a essa realidade cada vez mais presente nos lares brasileiros.