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Doação de sangue pet se apresenta como alternativa vital para salvar cães e gatos

Casos de anemia severa, cirurgias, hemorragias, intoxicações e doenças, como a do carrapato, podem ser tratados com transfusão

 

A busca por bolsas de sangue para animais está em alta no Brasil, já que muitos quadros levam à necessidade de uma transfusão sanguínea em cães e gatos. No entanto, muitos tutores enfrentam dificuldades para encontrar doadores e bancos de sangue veterinários em diversas regiões do país, prejudicando, assim, a reabilitação do animal.

“A Mel era uma cachorra alegre e cheia de energia, mas, de repente, ficou apática e sem disposição. Descobrimos, no veterinário, que ela tinha contraído a doença do carrapato e precisaria de uma transfusão de sangue. No entanto, não conseguimos encontrar bolsas de sangue ou doadores a tempo. Em uma semana, perdi minha companheira de 10 anos”, relata a médica-veterinária Thais Antonussi, que passou pela perda que muitos tutores enfrentam.

 

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A doença do carrapato é comum e possui tratamento, mas seus sintomas podem evoluir silenciosamente, resultando em anemia grave, deixando o animal debilitado. Em casos como o de Mel, o tempo de reação pode ser curto demais para que o tratamento tenha sucesso. “Quando os exames confirmaram o diagnóstico, a doença já estava muito avançada. Foi à noite que recebemos a notícia de que ela precisaria de uma transfusão de sangue”, lembra Thais.

O desafio de encontrar um doador ou um banco de sangue foi angustiante. “Eu estava me formando como veterinária e me senti impotente ao não conseguir salvá-la. Foi um momento de dor imensa, pois não pude ajudar quem sempre esteve comigo”, desabafa.

Crescida em Elisiário, interior de São Paulo, Thais sempre esteve cercada por animais e isso a motivou a ingressar na Medicina Veterinária. Apesar da perda de Mel, seu amor pelos animais a impulsionou a se especializar e fundar o HemoSer, um banco de sangue veterinário.

A hemoterapia que salva vidas

A transfusão de sangue é um recurso essencial em diversos tratamentos veterinários, como em casos de anemia severa, cirurgias, hemorragias, intoxicações e doenças como a do carrapato. A demanda por bolsas de sangue é grande, mas a dificuldade está em encontrar doadores e centros de Hemoterapia Veterinária. “Há pouca informação sobre a doação de sangue pet, e muitos tutores desconhecem que seus animais podem doar e ajudar a salvar vidas”, explica Thais.

Diante dessa carência, ela decidiu criar o HemoSer, um banco de sangue diferenciado que realiza coletas em qualquer região do país. “Temos um formulário on-line, e não importa onde a solicitação de doação venha, nós vamos até o tutor”, conta.

Hoje, o HemoSer opera em cinco Estados e atende, regularmente, 15 cidades, com cerca de 2.500 doações anuais. Em quatro anos de existência, o projeto já ajudou a salvar mais de 10 mil vidas. Além da coleta domiciliar, o HemoSer oferece benefícios aos doadores, como vacinação, vermífugos, produtos para controle de pulgas e um check-up completo do animal.

Para que os cães possam doar, é necessário que tenham entre um e oito anos, sejam de grande porte (acima de 25 kg) e estejam em boas condições de saúde. Já os gatos devem pesar no mínimo 8 kg e ter a mesma faixa etária. As doações podem ser realizadas a cada três meses, de forma segura. “O processo de doação é rápido e simples, leva cerca de 10 minutos para coletar uma bolsa de sangue, que pode salvar uma vida. Caso o tutor queira, podemos organizar campanhas de doação na cidade dele”, ressalta Thais.

História de vida salva pela doação

A cachorra Princesa, de seis anos, da tutora Fabiana da Silva, foi salva graças a uma transfusão de sangue. Também diagnosticada com a doença do carrapato, após três internações e sem responder ao tratamento com antibióticos, a doação de sangue foi a última esperança.

“O veterinário recomendou a transfusão, mas disse que não poderia realizar. Eu estava em Indiaporã (SP), uma cidade pequena, e decidi voltar para a capital em busca de outra alternativa. No caminho, paramos em São José do Rio Preto (SP), onde encontramos a Thaís. Ela nos explicou sobre a doação de sangue e, após algumas semanas, Princesa estava salva”, relata Fabiana.

Hoje, Princesa está saudável e leva uma vida normal. “A transfusão de sangue salvou minha cachorra e pode salvar tantos outros pets. Se mais tutores soubessem das vantagens da doação, muitos animais poderiam ser salvos”, conclui Fabiana.

Fonte: Cães e Gatos

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