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Todos os resgates importam no RS, inclusive dos animais de estimação

Milhares de pets vêm sendo resgatados em operações realizadas nas áreas alagadas do Estado. Voluntária acredita que a maioria dos pets tem tutor e vai voltar para casa

 

 

“Por favor, volta e pega meu cachorro, que eu não consegui trazer.” Este pedido feito por uma família ao descer do bote do Corpo de Bombeiros do Rio Grande do Sul não foi o único recebido – e aceito – pela protetora de animais Bruna Molz. Na linha de frente dos resgates de pets vítimas das enchentes, a ativista da causa animal Deise Falci encontrou Sandra e seus 27 gatos e 3 cachorros em cima do telhado da casa inundada. Com seus animais, a moradora esperou pelo socorro, que só veio depois de 40 horas. Estes e inúmeros relatos contam um pouco do dia a dia de voluntários, ativistas e ONGs que se juntam ao mutirão da Brigada Militar, da Polícia Civil, do Corpo de Bombeiros e de tantos outros agentes para salvar vidas.

Quem acompanha os trabalhos de resgate dos animais do Rio Grande do Sul por fotos e vídeos postados nas redes sociais tem a dimensão da dificuldade envolvida no salvamento de cães, gatos, aves e outros bichos de estimação que muitas famílias desabrigadas pelas cheias não conseguiram alojar nos botes e barcos de socorro.

Com água pela cintura ou navegando entre escombros e ilhas de lixo formadas pela inundação, equilibrando-se nas cumeeiras de casas e paióis cobertos pelas águas, os agentes têm realizado esforços para resgatar o maior número possível de animais. São milhares de salvamentos, que os números oficiais e as contas dos ativistas não dão conta de atualizar.

 

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A voluntária Bruna Paz Pilar, que cursa o oitavo semestre de Medicina Veterinária, vem participando de resgates e percorrido abrigos e outros locais de Porto Alegre onde há “necessidade de pessoas que tenham um pouco mais de conhecimento em manejo de animais e também no atendimento a eles”.

No bairro Praia de Belas, na região central de Porto Alegre, a estudante participou do resgate de 15 gatos. “Pude acompanhar o desespero dos tutores para salvar os animais do apartamento em que viviam.”

Em entrevista ao Portal Pet On, a estudante conta como é a dinâmica de acolhimento e atendimento dos bichos resgatados na capital gaúcha.

A primeira triagem dos animais vindos de locais alagados é realizada na área da Usina do Gasômetro. Às margens do lago Guaíba, este é ponto de chegada de cães, gatos, cavalos, porcos, aves, répteis e outros animais trazidos pelas equipes de resgate.

“Na triagem, já recebemos animais vindos de barco das ilhas extremamente debilitados”, conta. “Eles ficaram dias e dias se protegendo em telhados e outros locais que a água não alcançou. São animais hipotérmicos e muito fracos.”

Na primeira seleção, os veterinários identificam os bichos que necessitam de tratamento médico e mesmo cirurgias. Os demais são encaminhados a abrigos, lares temporários e pessoas que se responsabilizam pelos cuidados. Na própria casa, Bruna faz lar temporário para 19 gatos, 3 galinhas e 1 coelho. “À medida do possível, estamos dando vermífugo e antipulgas para os animais para que possam ir para as casas onde ficarão por um tempo”, diz.

Tutores e animais que perderam suas casas estão abrigados em locais montados para recebê-los na capital. Um desses lugares é a Academia da Brigada Militar, na Avenida Aparício Borges. “Os pets e os tutores ficam separados, mas nada impede que os donos façam companhia e levem seus animais para passear”, conta Bruna, que costuma fazer plantões na ala reservada aos pets.

Embora esteja na área do Gasômetro, o local para a os primeiros encaminhamentos carece, segundo a estudante, de uma estrutura “mais firme e segura para receber os animais”.

Ainda em termos de necessidade, água potável é o item mais importante em todos os abrigos da cidade. “Cada local tem uma demanda diferente, alguns precisam de caminhas, outros de papelão, mas no geral necessitamos muito de água e também de comida úmida, tanto para cães quanto para gatos”, indica.

Bruna Paz Pilar acredita que a maioria dos animais recolhidos nos abrigos e lares temporários tem donos. E que, aos poucos, vão voltar para seus tutores.

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