Daniel Moreira Teles*
O natural dos cães (Canis familiaris) é conviver em matilha (grupos). Esta é uma herança de seus ancestrais lobos (Canis lupus). No entanto, quando foram trazidos para o convívio humano, este comportamento dos cães se perdeu um pouco. Nem todo mundo quer ou pode ter mais de um cachorro. E este fator tem feito com que muitos se tornem reativos com animais de sua própria espécie.
Uma situação que torna o cão reativo ocorre quando, ainda filhote, o animal é atacado por um mais velho. A tendência é que este filhote cresça reativo (com trauma) na presença de outro cachorro.
Mas o que fazer quando se tem um animal reativo?
Trabalhos de socialização!
Procure um adestrador experiente, que saiba como agir nestes casos. Lembre-se: não são todos os adestradores que fazem este tipo de trabalho. Para socializar, além de experiência e conhecimento das raças, o profissional deve entender a linguagem corporal dos cães, diminuindo, assim, o risco de acidentes ou de geração de traumas maiores no animal.
Em minhas aulas de socialização, ignoro totalmente as pessoas ao meu redor porque preciso me posicionar como macho alpha na matilha para controlar a energia dos cães. Para isso, conto muitas vezes com a ajuda de meus cachorros, que treinei para isso.
Quando se adquire um novo cão, já tendo outro em casa, é importante sair para caminhar com ambos antes de introduzir o novo membro na família. Desta forma, eles vão se conhecer e ficar amigos fora de casa. Afinal, aquele território “já tem um dono” e é preciso apresentar o novo morador fora de casa antes de colocá-lo lá. Caso contrário, a chance de dar briga é enorme.
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Vamos pensar como humanos: você está em sua casa e, de repente, depara-se com outra pessoa desconhecida, dizendo que vai morar lá a partir de agora. Das duas uma, ou você ficará com medo ou tentará expulsar o novo morador. Agora, se você conhecer a outra pessoa fora de casa e gostar dela, a chance de aceitá-la para que venha a morar com você é maior.
Quando se trata de cães mais velhos, muito reativos, nem sempre a socialização pode dar certo (assim como tem gente que, por vários motivos, não aceita morar com outras pessoas).
Quando adquirir um filhote, deixe que ele brinque com outros filhotes no passeio, em creches para cães e em aulas de socialização.
E quando trouxer um cão adulto para casa, contrate um adestrador para acompanhá-lo neste processo.