** Rejane Fini
Quando um animalzinho é resgatado, seja ou não por uma protetora, a responsabilidade vai muito além do que castrar para doar, porém nem sempre é o que vemos nas redes sociais.
O resgate passa por várias etapas, como a captura (no caso de pets ariscos ou ferais), os exames básicos solicitados pelo veterinário, mas que em alguns casos vão muito além dos básicos, as medicações e/ou vitaminas, internação, cirurgia, local para abrigar o pet, alimentação reforçada, atenção, segurança, adaptação a nova vida – que requer muita paciência, e claro, amor, muito amor.
Superadas as etapas e o pet estando forte, sadio, vacinado, vermifugado e castrado, inicia a nova etapa, a da divulgação. Então muitas fotinhos são postadas na esperança de conseguir um lar para nosso pupilo.
O candidato entra em contato e inicia-se a entrevista de adoção, que nada mais é do que entender se o candidato está dentro do perfil do que buscamos para o animalzinho, afinal queremos o melhor para ambos, mas especialmente para o pet.
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Após as questões serem respondidas e cada resposta avaliada, verificamos se a nova moradia (indo ao local ou pedindo fotos) é segura e limpa, sim, precisamos saber se ao entrar/sir com o carro o pet estará em segurança ou vai correr para uma avenida movimentada. Precisamos saber se após curar suas feridas pelo corpinho, ele não vai morar num local insalubre.
Pronto, tudo verificado, Termo de Adoção assinado, foto registrando o grande momento, o misto de sentimentos, aquele vazio da separação misturado com a felicidade por ter dado tudo certo e se finda mais um resgate, correto? Errado!
A partir daqui chegamos na etapa de pós adoção, o que é raríssimo vermos acontecer no meio da proteção animal.
O pet estava nossa responsabilidade e agora passa a estar sob nossa corresponsabilidade, porque uma vez que você resgatou essa vida, você sempre será corresponsável por ela.
Você deve acompanhar a adaptação do pet a nova casa, a nova família, pedir fotos, dar uma passadinha de surpresa, e conforme for sentindo confiança naquela família, passa então a espaçar este acompanhamento.
Casais se separaram, falem, pessoas morrem, mudam de país, casam, e tantos acontecimentos e o pet é sempre o vulnerável que pode apanhar, ser esquecido no quintal, ficar acorrentado, ser violentado, abandonado novamente… e você deve estar pronto para buscar este animalzinho, você é e sempre será corresponsável dele, sempre!
Por isso que o resgate vai muito além do que tirar da rua, dar banho, castrar e doar. Em cada resgate é um novo pacto de aliança e amor que nasce naquele momento. O futuro daquele animalzinho sempre dependerá do seu bom senso, podendo destruí-lo ou fazendo renascer de suas dores e traumas já vividos.