Qualificação cresce entre veterinários no Brasil, mas Nordeste ainda carece de incentivos

Radar Vet 2025 mostra que dois terços dos profissionais já concluíram ou estão cursando pós-graduação; regiões Norte e Centro-Oeste lideram índice de especialização

 

O mercado veterinário brasileiro avança rumo à especialização. De acordo com a nova edição da pesquisa Radar Vet 2025, realizada pela Comissão de Animais de Companhia (Comac), ligada ao Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan), em parceria com a consultoria H2R, mais de dois terços dos médicos-veterinários do país já possuem ou estão cursando uma pós-graduação.

O levantamento ouviu 805 profissionais em todas as regiões do Brasil e traçou um perfil da categoria: com média de 35 anos de idade e cerca de 33 atendimentos por semana, os veterinários têm apostado cada vez mais na qualificação como diferencial competitivo.

Os dados revelam, no entanto, disparidades regionais. Norte (76%) e Centro-Oeste (68%) lideram o índice de especialização, seguidos por Sul (69%) e Sudeste (65%). O Nordeste aparece com o menor percentual, com 56% dos veterinários com pós-graduação, o que evidencia a necessidade de expansão de programas de formação continuada na região.

“O estudo mostra um movimento positivo de valorização do conhecimento. Mas ainda é preciso incentivar o crescimento educacional no Nordeste, onde há espaço para avanço e fortalecimento da medicina veterinária”, afirma Gabriela Mura, diretora de Mercado e Assuntos Regulatórios do Sindan.

Autônomos enfrentam mais desafios

O estudo também apontou diferenças entre os modelos de atuação e sua relação com a remuneração e a qualificação. Veterinários autônomos, que representam 48% dos entrevistados, são os que mais buscam especialização, mas também enfrentam maiores dificuldades para investir em cursos, têm salários menores e precisam se deslocar mais para atender clientes. Já os profissionais com registro CLT têm remuneração superior, enquanto donos de clínicas e hospitais veterinários são os mais bem pagos da categoria.

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Segundo Gabriela, o cenário reforça a importância da formação como fator de valorização profissional. “A formação continuada amplia oportunidades e melhora o atendimento oferecido aos tutores e aos pets. É fundamental que o setor educacional, a indústria e os próprios profissionais trabalhem em conjunto para fortalecer esse ciclo virtuoso”, destaca.

Mercado em expansão

Com um faturamento anual que ultrapassa R$ 60 bilhões, o setor de saúde animal tem acompanhado de perto a transformação no perfil dos tutores e nas demandas por serviços especializados. A pesquisa Radar Vet consolida um panorama do mercado e reforça o papel da qualificação como ferramenta estratégica para o crescimento sustentável do setor.

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