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Primavera para cães e gatos

Adriane Tomimassu*

 

Com a mudança de estação, a transição entre inverno para a primavera traz novos desafios para a saúde dos pets. O aumento das temperaturas, a maior exposição ao sol e as alterações na umidade do ar são fatores que podem influenciar diretamente a vida dos animais de estimação. Este período exige atenção especial dos tutores para garantir a saúde de seus bichinhos.

Segue algumas dicas na primavera para seus cães e gatos:

1. Passeios

Os melhores horários são iguais aos usados para passear com um bebê, entre 6h e 10h, e após as 17h. De preferência, longe do asfalto quente, que pode causar queimaduras sérias nos coxins, as “almofadinhas” das patinhas dos pets. Ao notar que o bichinho está ofegante, é importante parar num local fresco, oferecer água, borrifar um pouco dela pelo corpo do cão.

2. Hidratação

A hidratação é importante em todas as estações, contudo, quanto mais quente for, maior será a necessidade de água de seu pet, pois a transpiração que ocorre no calor intensifica a perda de líquidos.

Como saber se meu pet está hidratado? Se seu cachorro está com o mesmo comportamento rotineiro, é provável que ele esteja hidratado.

Para ter certeza fique atento aos sinais de desidratação: boca seca, olhos fundos, respiração ofegante, letargia e pele seca que quanto puxada não volta ao normal.

A melhor maneira de lidar com um cachorro com calor é sabendo exatamente como refrescá-lo. A água ajuda a hidratar e aliviar minimamente isso, e uma dica que funciona super bem é colocar pedrinhas de gelo no bebedouro do pet. Petiscos gelados, assim como sachês, também são bem-vindos!

 

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3. Pulgas e carrapatos

Calor e umidade? É disso que as pulgas e carrapatos gostam, por isso a primavera é época de reprodução desses parasitas, tornando os cachorros mais propensos a infestações.

Além de pulgas e carrapatos incomodarem por si só, ainda podem transmitir doenças como a doença do carrapato e a erliquiose.

Como proteger seu cão desses parasitas na primavera?

• Use antiparasitários: o seu veterinário irá indicar a melhor forma, podendo ser coleiras, pipetas ou comprimidos.
• Inspecione pelo e pele: verifique o pet regularmente em busca de pulgas e carrapatos.
• Cuidado com focos de infestação: evite levar o cão para áreas infestadas ou a proximidade com animais contaminados

4. Cuidados com pelagem

A primavera é conhecida pelos tutores, principalmente de pets peludos, como a época de troca de pelo. Nessa estação os cães e gatos costumam perder mais pelos que nas outras.

Saiba como evitar pelos por toda a parte e manter a pelagem do seu pet saudável e sem nós:

• Escovação: é com ela que pelos mortos são removidos, ficando menos espalhados pelos ambientes e não enroscando no pet. Verifique a regularidade de escovação recomendada para seu cão e use escova indicada para a pelagem.
• Tosa: é importante manter a tosa em dia, renovando a pelagem do seu animal. ATENÇÃO: não é sair tirando todos os pelos do cão, a pelagem ajuda o cachorro a regular a temperatura e auxilia o conforto térmico, por isso, procure profissionais que realizarão a tosa indicada.
• Banhos: dê banhos regularmente, eles ajudam a remover a sujeira e controlar os óleos da pele, reduzindo a queda de pelos.

5. Plantas Tóxicas

Algumas plantas podem ser extremamente tóxicas para animais e podem levá-lo animal a óbito. Portanto, tome cuidado redobrado durante os seus passeios e sempre pesquise antes de adicionar uma nova planta em casa.

6. Dermatites alérgicas

Mesmo sabendo que os pets trocam de pelos, é importante saber distinguir uma queda “natural” de uma queda problemática. Se você reparar que seu cachorro apresenta falhas na pelagem, é porque essa queda localizada não faz parte do processo de troca e indica algum problema. Geralmente, esse é um caso de cachorro com alergia. Os sintomas, além da queda de pelos, também incluem vermelhidão, coceira, descamação e lesões na pele.

Para descobrir a causa da alergia em cachorro, não deixe de consultar um especialista! Vários tipos de dermatites podem deixar o animal dessa forma, inclusive a dermatite alérgica à picada de ectoparasitas. Por isso, o diagnóstico e tratamento indicados por um veterinário de confiança é imprescindível.

Muitos pets sofrem com a dermatite Atópica, que nada mais é do que uma alergia àssubstâncias presentes no ambiente, como poeira e pólen. Como resultado, você pode ter um cachorro espirrando e com a pele bastante irritada.

7. Cadelas e gatas no cio

Nem todo mundo sabe de quanto em quanto tempo a cadela entra no cio, mas uma curiosidade ainda mais impressionante sobre o assunto é que, as estações do ano impactam diretamente nisso. Geralmente, é na primavera que os cios acontecem. Como o processo é bem diferente dos gatos (a gata entra no cio a cada 2 meses, basta a presença de outro gato e esse gato nem precisa estar na mesma casa), a cadela entra no cio, aproximadamente, a cada seis meses, o que significa que o próximo cio possivelmente seria somente no outono.

Alguns comportamentos típicos da cadela no cio são: carência, agitação e uma pitada de agressividade. A fêmea também fica mais receptiva ao macho. Para evitar problemas, como uma gravidez inesperada e abandono de filhotes, o mais recomendado é fazer a castração de cachorro logo no primeiro ano de vida.

8. Deixar no carro

Mantenha a ventilação do carro e, em caso de viagens longas, faça paradas para o pet se refrescar. Com apenas 10% de perda de fluidos corporais, eles já podem desidratar. Os sintomas são perda de elasticidade da pele, letargia, perda de apetite, olhos fundos, focinho, boca e gengiva secos.

Nunca deixei seu pet sozinho dentro do carro mesmo de janelas abertas. Pode ocorrer uma hipertermia e levar ele a óbito.

9. Filtro Solar

Use filtro solar específico para pets no focinho, extremidades das orelhas e barriga para evitar câncer de pele. Os mais afetados são os de pelagem e pele mais claras, como o pit bull branco, maltês, whippet, staffordshire terrier americano e boxer branco.

10. Vacinação em dia

Carteira de vacinação deve estar em dia, pois há mais contato entre os pets, eles saem mais para passear, além da temporada de chuvas, que pode trazer risco de leptospirose.

 

* Adriane Tomimassu, é Médica Veterinária especialista em clínica geral e cirurgia de tecidos moles, oncologista, endocrinologista e gastroenterologista. Atende no Centro Veterinário Pacaembu.

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