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Os pets estão vivendo mais

Longevidade está associada à evolução da medicina veterinária e também à atenção dos tutores. Mas envelhecer com qualidade de vida requer cuidados

 

 

Os animais de estimação estão vivendo mais. O aumento da longevidade, segundo a dra. Michele Andrade de Barros, professora da Faculdade de Veterinária da PUC-Campinas, é perceptível há pelo menos uma década e se justifica por uma combinação de fatores. Tutores mais cuidadosos e atentos aos seus pets e evolução da medicina veterinária são duas entre várias condições decisivas para a existência longeva de cachorros e gatos.

A relação entre tutores e pets vem se transformando ao longo dos anos. O lugar dos animais de estimação não é mais o quintal, onde muitos viviam ao relento ou presos a uma corrente. Promovidos a “bichos de família”, cães e gatos são companhias para as mais diversas atividades em casa e parceiros de viagem que fazem os donos não medirem esforços para encontrar a melhor hospedagem pet friendly.

Além de mais cuidadosos e próximos de seus animais, os tutores se antecipam em levá-los mais precocemente aos atendimentos veterinários. “Hoje em dia, há maior preocupação com o check-up anual dos pets. E mesmo campanhas como Outubro Rosa, Novembro Azul, entre outras, são motivadoras para consultas preventivas”, afirma Michele.

 

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Mais bem informados sobre as condições de saúde dos animais que têm em casa, os tutores tornaram-se exigentes em relação à nutrição e aos tratamentos, o que foi determinante para a capacitação e a especialização dos profissionais que lidam com pets. “Com isso, os serviços passaram a ser personalizados e de excelência”, diz.

A evolução da medicina veterinária, com ferramentas assertivas para diagnóstico, como ressonância magnética, ultrassom e muitos outros recursos, contribuem para a longevidade animal. A especialista destaca ainda a medicina regenerativa. “Trabalho com células-tronco desde 2008, mas a terapia celular foi mais bem implementada nos últimos cinco anos. Atualmente, um paciente com osteoartrose, doença crônica, progressiva e degenerativa, conta com esta possibilidade de tratamento.”

A indústria farmacêutica também evolui de forma constante. Michele Barros lembra que novas drogas importantes foram adaptadas de humanos para pets.

Idosos de todos os tamanhos

A longevidade tem contribuído para aumentar a população de pets idosos. “Acima de 6 anos, já considero que o animal seja de meia idade”, diz Michele Barros. E é a partir desta faixa que a veterinária afirma ser fundamental redobrar os cuidados com a saúde de cães e gatos.

Em geral, cães de grande porte vivem menos; de pequeno porte, mais. Mas é partir dos 8 anos de idade que os grandes já demonstram dificuldades de locomoção. “Os menores começam a apresentar problemas aos 15, 16 anos”, observa.

Os tutores de animais idosos precisam estar atentos a vários sintomas clínicos que exigem cuidados intensificados. Além de dificuldade maior na locomoção podem ocorrer desenvolvimento de olho seco, mudanças de comportamento, como urinar em locais que não são usuais, alterações de visão, com aparecimento de catarata, doença renal e inapetência provocada inclusive por doença periodontal. “Os pets também costumam se tornar mais bravos ou rabugentos, e no caso de gatos idosos com problemas articulares são perceptíveis dificuldades em subir em locais altos e mesmo erros de cálculo no salto de um ponto para o outro”, destaca.

A recomendação da veterinária para animais entre 6 e 7 anos, é a realização de check-up anual para ajudá-los de forma precoce. “Exames indicados são raio X de tórax, ultrassom abdominal, avaliação das funções renal e hepática, pressão arterial sistólica e hemograma. O de urina é um dos mais importantes, pois traz informações importantes antes mesmo de outros exames.”

Embora existam rações indicadas para animais idosos, Michele Barros não descarta a possibilidade de suplementação vitamínica. “Tudo isso vai permitir que a longevidade seja aproveitada com o máximo de saúde e bem-estar”, finaliza a veterinária.

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