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Chiquinho

Rejane Fini*

 

No Dia Mundial do Cachorro, celebrado em 26 de agosto, gostaria de compartilhar a história de superação de Chiquinho, um filhote que teve seu destino transformado pelo amor e o cuidado e me tornou uma pessoa mais forte.

Há nove anos, durante uma feira de adoção na Cobasi, soube que um filhote de cachorro, juntamente com seu irmão já morto, havia sido encontrado em uma caixa de papelão.

Fiquei horrorizada com o relato, mas segui visitando a feira, que estava muito movimentada e entendendo que o animal já havia sido resgatado.

Passados dois dias, recebo o telefonema de uma senhora muito amorosa, explicando que havia levado o sobrevivente para casa, mas seu filho não o aceitou.

O animal estava muito debilitado e precisava de socorro imediato. Pedi que levasse o cachorrinho ao veterinário parceiro e me comprometi a vê-lo mais tarde.

Ao sair do trabalho, fui diretamente ao veterinário para conhecer o filhote.

O que vi foi chocante. Difícil acreditar que um ser humano possa deixar um filhotinho naquela situação de extrema desnutrição. O animal, que devia ter entre três e quatro meses era, literalmente, pele e osso. Só mexia os olhos, tamanha fraqueza. Chorei copiosamente.

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Foi uma correria para tentar salvá-lo. Tomou bolsa de sangue, injeções, vitaminas. Parecia que seu joelho também estava deslocado. Juntamente com o especialista, definimos as prioridades e o filhote ficou internado por aproximadamente dez dias até conseguir se levantar e, cambaleando vir até mim, agradecendo por salvar-lhe a vida.

Aquele montinho de ossos, olhos brilhantes, vontade de viver e um coração enorme estava ali, diante de mim. Chorei de novo. As chances de o filhote viver aumentavam.

Após rezar por sua vida, escolhi o nome: Chiquinho.

Ao receber alta, foi diretamente para minha casa, e naquele dia Chiquinho já tinha fãs, torcendo e rezando por sua recuperação.

Ganhou bercinho, cobertinha, biscoitos, sachês, brinquedos. O brinquedo favorito era meu chinelo. Não sei estimar quantos chinelos ele destruiu com a agilidade de dar inveja ao The Flash.

Chiquinho foi crescendo e se fortalecendo, a ponto de estar com um hemograma tão bom que pôde ser vacinado.

Iniciei as postagens nas redes sociais, disponibilizando o pequeno e amável guerreiro para adoção.

Para minha surpresa, as postagens que fiz não eram compartilhadas e suas fãs se recusavam a nos separar.

Apareceram, é verdade, alguns interessados, mas meu coração não estava em paz. Doía em mim o fato de vê-lo uma ou duas vezes ao ano na pós-adoção.

Desde então, Chiquinho foi adotado por mim e segue forte e robusto, vendendo saúde e doçura.

Foi a partir deste ato que entendi a transformação que aquele filhote causou em mim. Minha fé em Deus para salvar aquela vidinha tão frágil e torcer para ele superar cada dia, cada injeção, cada hemograma, fez com que eu me tornasse uma pessoa mais forte.

Permita-se você também a conhecer esta transformação. Resgate um bichinho que precisa de cuidados e amor. A cura vai nascer em vocês dois.

 

*Rejane Fini é protetora de animais há 30 anos e fundadora da Ong Adoções Corrente do Bem, que completa 10 anos em 2024.

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