Saiba como proteger seus pets dos efeitos nocivos dos fogos de artifício; campanhas na internet pedem festas sem espetáculos pirotécnicos
O mês de junho chegou, trazendo as tradicionais festas juninas: forró, bandeirolas, comidas típicas, fogueiras e — como ocorre todos os anos — o barulho dos fogos de artifício. Presente em todas as regiões do Brasil, e não apenas no Nordeste, o São João é celebrado com entusiasmo de Norte a Sul do país, seja nas capitais, nos interiores ou até mesmo em bairros urbanos.
Para muitas pessoas, é tempo de celebração. Para quem convive com animais domésticos, no entanto, esse período representa tensão, medo e cuidados redobrados.
A sensibilidade dos animais aos ruídos intensos, como os causados pelos fogos, é alta e pode desencadear problemas sérios de saúde física e emocional. Cães, gatos e até aves sofrem com os estampidos, podendo entrar em pânico, fugir de casa e até se ferir gravemente.
O zootecnista Tarsys Veríssimo alerta que, embora os fogos façam parte da cultura junina, os tutores devem estar atentos aos riscos. “Alguns cães não apresentam reação negativa, mas outros entram em verdadeiro desespero. A sensibilidade ao barulho pode ter origem genética, mas também está relacionada à vivência e ao ambiente. Quando o som é muito intenso e próximo, o medo pode ser agravado, causando desde estresse até danos irreversíveis à audição”, explica.
Como proteger seu pet
Durante os dias de festejo, algumas medidas podem ajudar a minimizar os impactos dos fogos:
• Prepare um ambiente seguro: Coloque o animal em um local onde ele se sinta confortável, com portas e janelas fechadas para abafar o som. Um “porto seguro” com cobertores, brinquedos e objetos familiares pode ser reconfortante.
• Exercício antes da festa: Para cães, um passeio mais longo durante o dia pode ajudar a deixá-los mais cansados e tranquilos à noite. Para gatos, brincadeiras que estimulem a caça e o pulo também ajudam a liberar energia.
• Evite a automedicação: Em hipótese alguma dê remédios por conta própria. O uso inadequado de sedativos pode causar reações adversas graves. Se for necessário, consulte um profissional.
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Atenção redobrada com idosos e doentes
Pets idosos e aqueles com problemas cardíacos ou neurológicos, como cães epilépticos,são ainda mais vulneráveis. O som alto pode desencadear convulsões, arritmias ou até levar o animal à morte, dependendo da condição clínica.
Além disso, aves e outros animais silvestres também sofrem com os fogos. Há registros de aves que abandonam seus ninhos em meio aos estouros, deixando filhotes desprotegidos.
Sinais de sofrimento
Fique atento a comportamentos fora do comum:
• Respiração ofegante, salivação excessiva, tremores e vômitos;
• Tentativas de fuga, como pular janelas ou portões;
• Convulsões ou episódios de paralisia;
• Aumento do ritmo cardíaco (em muitos casos, imperceptível a olho nu).
Esses sinais indicam que o pet está em sofrimento e precisa de ajuda. Sempre que possível, converse com um veterinário ou especialista em comportamento animal.
Conscientização e respeito: um São João sem fogos
Felizmente, cresce a consciência sobre os impactos dos fogos em animais e pessoas sensíveis. Campanhas como “São João sem fogos” vêm ganhando espaço nas redes sociais, com tutores e famílias caninas compartilhando mensagens de alerta.
Como bem resume uma dessas campanhas: “É tempo de festa, mas também de empatia. Curta o São João com alegria, mas sem fogos, pelos nossos pets e pela vida ao redor”. Veja o vídeo.
Fonte: CRMV da Paraíba, adaptado pela equipe PetON.