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Pets são mais propensos a doenças respiratórias no outono e inverno?

Veterinária explica por que a relação de sazonalidade é diferente entre humanos e animais

 

 

A alternância entre clima quente e frentes frias que derrubam a temperatura de um dia para o outro, vem caracterizando o outono sob influência do fenômeno El Niño. É nesta condição, acrescida da redução expressiva da umidade relativa do ar, que doenças respiratórias se manifestam. Neste período, a circulação de vírus, como o da influenza, é motivo de preocupação, principalmente em relação às crianças. Mas os animais domésticos também se ressentem desta combinação climática e disseminação viral?

De acordo com a dra. Michele Andrade de Barros, professora da Faculdade de Veterinária da PUC-Campinas, a relação de sazonalidade não é tão fiel entre os pets. “Nossos animais não sentem essa mudança de clima”, afirma.

As doenças respiratórias em cães, que podem ser podem ser alérgicas, bacterianas, fúngicas ou virais, afetam mais frequentemente, segundo Michele, pets que dividem ambientes com outros animais. “Portanto, é preciso atenção ao cachorro que vai à creche, à escolinha, que todo domingo está na praça com outros cães”, diz a veterinária.

Doença bastante comum é a traqueobronquite infecciosa canina, conhecida popularmente como tosse dos canis. Altamente contagiosa entre os cães, caracteriza-se por tosse alta, secreções nasal e ocular, dificuldade respiratória, entre outros sinais críticos.

Embora não seja obrigatória em cães, a vacina aplicada a partir de oito semanas de vida do animal é um meio de prevenção. O imunizante só está disponível na rede particular, com preços variando entre R$ 95 e R$ 160 a dose. “A depender da marca, a vacina pode requerer doses de reforço”, destaca.

Os animais que vivem em apartamento são menos suscetíveis à traqueobronquite infecciosa canina. “Mas se sair muito de casa para passear na praça, ou mesmo em contato eventual com outros animais em creches e hotéis, é importante que se faça a vacinação”, enfatiza Michele.

Gripe felina não tem cura

Da mesma forma que a tosse dos canis, a incidência de gripe felina não está relacionada ao clima. “Doenças respiratórias em gatos ocorrem o ano todo e podem acometer o trato respiratório superior (fossas nasais, narinas, laringe e faringe) ou o trato respiratório inferior, que compreende traqueia e pulmões”, afirma Michele.

Uma vez instalada, a gripe felina tem tratamento, mas não pode ser curada. A forma de prevenção é a vacina, disponibilizada somente na rede privada de saúde. “Diferentemente da exigência para os cães, este imunizante eficaz contra os principais agentes da gripe é obrigatório para os gatos.”

A vacina do complexo respiratório felino pode ser aplicada a partir de seis semanas de vida do animal. Ao todo, são três doses, com intervalo de 15 ou 21 dias. “É importante que a terceira dose seja aplicada na 16ª semana, quando o gato já diminui a titulação materna”, diz.

Mesmo os animais que não saem de casa e não são expostos a outros gatos correm o risco de adoecer. “Uma única saída para ir ao veterinário, por exemplo, pode ser suficiente para o animal contrair a doença”, alerta.

Efeitos do frio

A professora da PUC-Campinas reforça que a sazonalidade, mesmo não sendo fator associado às doenças respiratórias em animais, requer cuidados. Um animal ao relento, passando frio, pode desenvolver outras moléstias, como pneumonia bacteriana.

“Nos dias e noites de inverno, a exposição ao frio pode afetar a imunidade do animal”, explica. Por esta razão, Michele Barros recomenda que os pets permaneçam em locais protegidos. “Um animal com menos pelo precisa ser agasalhado com roupinha, e os banhos devem ser tomados em pet shop, para que não passe frio”, completa.

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