Alvo de muitas críticas e mobilização em redes sociais, proposta de adoção original preocupava representantes da causa animal por possibilitar adoções oportunistas
Um projeto de incentivo à adoção de animais resgatados pelo governo do Rio Grande do Sul alcançou grande repercussão nas redes sociais. De acordo com a proposta, o adotante receberia R$ 450 por animal, limitado a dois pets. O anúncio do projeto mobilizou cidadãos, entidades e organizações, preocupados em assegurar adoções responsáveis, e não oportunistas. Diante da pressão, o governo recuou da proposição inicial e convocou representantes e profissionais da causa animal para debater e aprimorar a ideia.
No projeto original, alvo de muitas críticas, uma das preocupações manifestadas pelos grupos ligados à defesa dos animais era a possibilidade de a proposta fomentar a adoção apenas em troca do dinheiro, o que posteriormente poderia ter como consequência o abandono de cães e gatos nas ruas.
No encontro realizado com a participação de diversas representações, entre elas o Conselho Regional de Medicina Veterinária e o GRAD (Grupo de Resposta a Animais em Desastres), o governador Eduardo Leite afirmou: “Vamos melhorar o programa, ouvindo aqueles que são ligados à causa. O importante é que andemos juntos na direçãonão apenas de oferecer condições de carinho e cuidado para os animais nos abrigos, mas também para desenhar o melhor projeto para incentivar a adoção, garantindo o bem-estar dos animais, sem dar chance a comportamentos oportunistas.”
Para o presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária, Mauro Antônio Corrêa Moreira, é fundamental projetar os próximos passos. “Tivemos avanços significativos nas políticas públicas, como microchipagem e castração, que são importantes no caminho da adoção, mas precisamos pensar no que é necessário fazer a seguir”, afirmou.
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Fundadora do GRAD, a médica-veterinária Carla Sassi destacou a importância da discussão de forma “clara e ampla” para aprimorar os processos de adoção e pós-adoção dos animais no Rio Grande do Sul.
De acordo com a Secretaria Estadual do Meio Ambiente, 15.259 animais estão abrigados em 353 locais em todo o Estado. O maior número de resgatados está em Canoas (5.335) e Porto Alegre (4.223).