Flow e os gatos pretos: do preconceito à reflexão

Kerolin End Impassionato Dal Bianco*

 

Feliz Páscoa! Neste momento de renovação, a OneRF deseja a todos os nossos clientes, parceiros e colaboradores uma Páscoa repleta de paz, amor e novos começos. Que esta data traga muitos momentos de alegria e esperança para todos! Agradecemos por fazerem parte da nossa jornada e por contribuírem para o nosso sucesso. Juntos, seguimos sempre em frente!Como protetora de animais, é impossível ignorar o impacto do filme Flow, que conquistou o Oscar de Melhor Animação, sem refletir sobre a relação entre humanos e gatos pretos.

Por muito tempo, esses felinos foram rejeitados por não possuírem uma pelagem considerada “exótica”. O chamado “pretinho básico” é frequentemente ignorado nos processos de adoção, enquanto gatos de cores consideradas “mais bonitas”, como branco, tricolor, amarelo ou cinza, são priorizados. Essa rejeição é fruto do preconceito e da ignorância, condenando muitos gatos pretos a anos de espera por um lar.

Além disso, a situação desses felinos se agrava devido a práticas cruéis ligadas a crenças religiosas. Embora proibida por lei, a utilização de gatos pretos em rituais ainda ocorre. Um caso emblemático é o da minha gatinha cega Valentina, que teve seus olhos perfurados em um ritual. Histórias como essa reforçam a necessidade de conscientização e proteção desses animais.

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O filme Flow traz uma representação simbólica e impactante da vida de um gatinho preto abandonado em um mundo pós-apocalíptico. Para aqueles que protegem e resgatam animais, a narrativa ressalta a dura realidade enfrentada por milhares de gatos de rua. No enredo, o pequeno felino precisa lutar para sobreviver ao lado de outros animais, de diferentes espécies, algo que também ocorre no mundo real.

O sucesso do filme trouxe importantes reflexões: primeiro, a capacidade de união dos animais para garantir sua sobrevivência, ao contrário do que muitas vezes acontece entre os seres humanos; segundo, a necessidade de respeito aos animais e ao meio ambiente; e terceiro, um impacto positivo nas taxas de adoção de gatos pretos em alguns países, impulsionado pelo desejo das crianças de terem um gatinho semelhante ao do filme.

Esse último ponto gera sentimentos mistos: por um lado, é um alívio ver esses gatos finalmente encontrando lares; por outro, surge a preocupação com adoções impensadas. Os gatos não são personagens de animação: eles precisam de alimentação, cuidados veterinários, amor e um lar seguro por toda a vida, que pode ultrapassar quinze anos.

Portanto, independentemente da cor ou da espécie, é fundamental reforçar a mensagem: adote com responsabilidade!

 

*Kerolin End Impassionato Dal Bianco é protetora de animais em Valinhos e advogada com pós-graduação em Gestão Pública.

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