spot_img

Doença do carrapato ameaça pets e reforça a importância da prevenção

A história de Heitor, o Yorkshire encontrado em uma lixeira e comoveu o país, alerta para a gravidade da enfermidade e a importância da prevenção

 

 

A triste história do Yorkshire Heitor, encontrado abandonado em uma lixeira em Hortolândia (SP) após ter sido diagnosticado com a “doença do carrapato”, chocou o Brasil. Resgatado, conforme o vídeo que viralizou, o cãozinho não resistiu às complicações da doença e faleceu dias depois, mesmo após receber atendimento. O caso acendeu um alerta sobre a gravidade dessa enfermidade, que pode ser fatal, mas é facilmente evitável com prevenção.

Para esclarecer o assunto, o Portal PetOn convidou a veterinária Vivian Quito para explicar tudo sobre as doenças do carrapato, como elas se manifestam, como tratá-las e, principalmente, como evitar que outros pets sofram como Heitor.

O que é a doença do carrapato?

Segundo a veterinária Vivian Quito, a “doença do carrapato” inclui duas enfermidades principais: a erliquiose e a babesiose. Ambas são transmitidas pela picada de carrapatos infectados.

  • Erliquiose: Causada por uma bactéria que infecta os glóbulos brancos, é responsável por inflamações severas, infecções e sangramentos.
  • Babesiose: Provocada por um protozoário que invade e destrói os glóbulos vermelhos, levando a quadros de anemia grave.

Vivian QuitoEssas doenças podem ocorrer de forma isolada ou em conjunto, como aconteceu com Heitor. “Quando o carrapato contaminado pica o animal, ele transmite esses agentes infecciosos para a corrente sanguínea, iniciando o ciclo da doença”, explica Vivian.

Sintomas a serem observados

As doenças do carrapato apresentam sintomas que podem variar, mas os tutores devem ficar atentos a sinais como:

Sintomas comuns:

  • Febre, fraqueza, perda de apetite, prostração, perda de peso e mucosas pálidas.

Sintomas específicos:

  •  Erliquiose: Sangramentos (nas fezes, pelo nariz ou hematomas na pele).
  • Babesiose: Urina escura ou avermelhada e icterícia (mucosas amareladas).

“Os primeiros sinais geralmente incluem mudança no comportamento, como apatia e falta de apetite. Ao notar qualquer alteração, é fundamental procurar ajuda veterinária imediatamente”, alerta Vivian.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico é realizado por meio de exames de sangue que identificam os agentes causadores da doença. Quanto antes for identificado, melhor o prognóstico.

  • Erliquiose: Tratada com antibióticos por várias semanas.
  • Babesiose: Tratamento com medicamentos antiparasitários, além de suporte para anemia e outros sintomas.

“A chance de sucesso é muito maior quando a doença é detectada na fase inicial. Casos avançados, como o de Heitor, podem levar a complicações graves, incluindo inflamações sistêmicas e até sintomas neurológicos”, explica a veterinária.

 

Leia Mais:

 

Os custos variam de acordo com a gravidade do caso e a região, podendo incluir consultas, exames e medicamentos. Em média, o tratamento pode custar de R$ 300 a R$ 1.500.

Como prevenir?

A prevenção é o melhor caminho para evitar a doença do carrapato. A veterinária destaca medidas simples, mas eficazes:

  • Controle de carrapatos: Utilize antiparasitários regularmente, como coleiras, comprimidos ou pipetas. Esses produtos variam de R$ 40 a R$ 200, dependendo da marca e da duração.
  • Higiene: Mantenha o ambiente do pet limpo, especialmente casinhas e quintais.
  • Inspeção após passeios: Verifique se o animal trouxe carrapatos após caminhadas, principalmente em áreas de risco, como matas ou terrenos baldios.
  • Banhos e consultas regulares: Banhos frequentes ajudam a identificar carrapatos, e check-ups podem detectar a doença precocemente.

No Brasil, não existem vacinas contra a erliquiose e a babesiose. Por isso, a vigilância contínua e o uso de antiparasitários são indispensáveis.

Uma lição de cuidado e amor

O caso de Heitor reforça a importância da conscientização. Mesmo com cuidados tardios, o estado avançado da doença tornou impossível sua recuperação. Ele será lembrado como um símbolo da necessidade de prevenção e atenção aos sinais de alerta.

“Embora sejam doenças graves, a prevenção é simples. Com cuidado e atenção, podemos evitar histórias tristes como a de Heitor e garantir uma vida longa e saudável para nossos pets”, conclui Vivian Quito.

Que essa tragédia seja um chamado à responsabilidade para todos os tutores, reforçando o amor e o compromisso com o bem-estar dos animais.

Relacionadas

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

- Publicidade -spot_img

Últimas notícias