Vanessa Genari*
A medicina-veterinária é uma profissão da área da saúde que vai muito além de cuidar dos animais. Nosso trabalho envolve uma série de responsabilidades ligadas ao setor animal. Garantir que alimentos, como as carnes, cheguem com qualidade e segurança às famílias é uma delas. Também lidamos com o controle de doenças zoonóticas, aquelas que podem ser transmitidas entre animais e seres humanos. Desta forma, tratamos não só os animais, mas também protegemos a saúde das pessoas. A veterinária, então, é uma ponte entre o bem-estar animal e o humano, unindo estas duas esferas de forma essencial.
A profissão apresenta diversos desafios. Assim como em outras áreas da saúde, é fundamental estar em constante atualização para oferecer o melhor cuidado aos pacientes. No campo clínico, seja com pequenos ou grandes animais, é necessário ter uma boa comunicação com os tutores, garantindo que entendam e sigam o tratamento indicado, além de demonstrar empatia em momentos difíceis. Já nas áreas de inspeção e regulamentação, a tarefa é garantir a qualidade da produção animal, focando na saúde pública sem comprometer o bem-estar animal. No setor de saúde pública, o veterinário atua no controle de doenças zoonóticas, na redução de animais errantes por meio de programas de controle de natalidade e na conscientização da população sobre prevenção de doenças. É um grande desafio mostrar à sociedade a importância do trabalho veterinário em diversas esferas, além do cuidado direto com os animais.
A profissão nos traz muitas alegrias, especialmente na relação direta com os animais. Contemplar a felicidade no rosto dos tutores ao verem seus pets recuperados é gratificante. Cada gesto de carinho dos animais, assim como o agradecimento dos tutores, nos enche de alegria e reforça nossa realização profissional, mostrando que estamos contribuindo de forma positiva para a sociedade.
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Lembro-me especialmente de um caso em que tratei uma cachorrinha da raça pug, que chegou ao consultório coberta de abelhas. Seu tutor, um senhor que se protegeu com uma capa de chuva e capacete, a trouxe prontamente, mesmo se arriscando, porque precisava cuidar de sua amiga de quatro patas. Ele a levava diariamente ao hospital para o tratamento necessário, pois ela desenvolveu um quadro grave de alergia que evoluiu para uma injúria renal aguda (IRA). À medida que a cachorrinha melhorava, seu tutor ficava mais esperançoso. Criamos um vínculo tão forte que, quando ela teve alta, ele nos agradeceu imensamente e nos convidou para um churrasco em sua casa. Esse caso, assim como outros que acompanhei em postos de saúde e atividades de conscientização me marcam profundamente. Apesar dos desafios e do cansaço, ao olhar para trás, vejo o quanto meus colegas e eu contribuímos para a sociedade, confirmando minha escolha por esta profissão.