Um levantamento publicado em 2022 pela revista Animals analisou mais de 200 gatos no México e encontrou tendências curiosas
Felinos de pelagem laranja foram descritos como mais amigáveis e fáceis de treinar, enquanto os cinza receberam notas mais altas para timidez e reserva. Já os tigrados, conhecidos como tabby, apareceram como mais destemidos e ativos.
Outro estudo, da Universidade da Califórnia em Davis, avaliou mais de 1.200 gatos e observou que alguns padrões de pelagem, como calico (tricolor) e tortoiseshell (casco de tartaruga), além dos gatos preto-e-branco ou cinza-e-branco, tiveram mais relatos de agressividade em situações como idas ao veterinário ou manipulação pelo tutor.
Apesar disso, os próprios pesquisadores reforçam que a correlação é fraca e não permite concluir que a cor determina o temperamento.
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Outros detalhes
Há também trabalhos que questionam completamente essa ligação. Uma pesquisa britânica com gatos domésticos não encontrou evidências significativas de que a pelagem esteja ligada ao comportamento, sugerindo que fatores como socialização, ambiente e saúde exercem um peso muito maior.
Além disso, alguns padrões de cor têm relação com o sexo do animal, como os tricolores, quase sempre fêmeas, o que pode influenciar características associadas mais ao gênero do que à cor em si.
Outro ponto importante é a influência da percepção humana. Muitos estudos são baseados em relatos de tutores, que podem ser afetados por expectativas ou crenças populares — como a ideia de que gatos pretos são misteriosos ou que os laranjas são mais brincalhões.
Essas impressões, mesmo inconscientes, podem levar a interpretações enviesadas do comportamento felino.
Embora alguns padrões de pelagem apareçam com mais frequência em determinados perfis, a ciência ainda não encontrou provas sólidas de que a cor do pelo defina a personalidade do gato. A criação, o ambiente, a saúde e a socialização são fatores muito mais determinantes para o temperamento.