Henrique Fernando Dal Bianco*
A dengue tem sido uma das maiores preocupações de saúde pública nos últimos meses, com cidades enfrentando surtos da doença, aumento das internações e sobrecarga no sistema de saúde. O clima instável, com períodos de chuva intensa seguidos por altas temperaturas, cria o ambiente ideal para a proliferação do Aedes aegypti, o mosquito transmissor. Diante desse cenário, além de redobrar os cuidados com a saúde humana, é essencial lembrar que os pets também podem sofrer consequências, ainda que a dengue em si não os afete diretamente.
Embora os cães e gatos não desenvolvam a doença, eles não estão completamente imunes aos riscos associados à presença do mosquito. O Aedes aegypti pode transmitir a dirofilariose, uma enfermidade parasitária grave conhecida como “verme do coração”. Causada pelo parasita Dirofilaria immitis, essa condição afeta principalmente cães e compromete o coração, os pulmões e os vasos sanguíneos. Se não diagnosticada e tratada a tempo, pode levar a complicações severas e até fatais.
Os sintomas da dirofilariose podem demorar a aparecer e incluem perda de peso, tosse persistente, dificuldade respiratória, letargia e ruídos cardíacos. Infelizmente, muitos tutores só percebem que algo está errado quando a doença já está em estágio avançado. Por isso, a atenção aos sinais e a realização de exames preventivos são essenciais para garantir a saúde do animal.
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A melhor forma de proteger os pets é através da prevenção. Além do uso de vermífugos específicos e coleiras repelentes de insetos, é fundamental adotar medidas para evitar a proliferação do mosquito dentro e ao redor de casa. Assim como para os humanos, eliminar criadouros de larvas, como recipientes com água parada, é essencial para reduzir a presença do Aedes aegypti. Também é recomendável evitar passeios em locais onde há grande concentração de mosquitos, especialmente ao amanhecer e entardecer, períodos de maior atividade do inseto.
A preocupação com a dengue vai além da proteção individual e precisa ser encarada como um compromisso coletivo. Cuidar do ambiente e adotar medidas preventivas não apenas protege as pessoas, mas também contribui para o bem-estar dos animais de estimação, evitando que sofram com doenças relacionadas à presença do mosquito. Em tempos de alta transmissão da dengue, a atenção deve ser redobrada, garantindo que tanto humanos quanto pets estejam protegidos desse desafio crescente.