O animal foi adotado pela ativista Stefani Rodrigues, integrante do grupo Anjos da Proteção Animal (APA)
Scooby, o cão que comoveu nas redes após ser resgatado em situação de maus-tratos com cerca de 3 quilos de pelos sujos e endurecidos no corpo, recebeu alta da clínica veterinária no final de semana e já está no novo lar. O animal foi adotado pela ativista Stefani Rodrigues, integrante do grupo Anjos da Proteção Animal (APA).
Com aproximadamente 14 anos, Scooby é um cão mestiço de poodle e vira-lata. Ele foi resgatado no fim de março após uma denúncia anônima recebida pela APA. A entidade acionou a Polícia Civil, que flagrou o animal em condições precárias em uma residência na Praia de Iracema, em Fortaleza.
A tutora anterior foi presa em flagrante e, embora tenha sido liberada após audiência de custódia, está proibida de manter contato com o animal. Ela pode pegar de dois a cinco anos de prisão, caso seja condenada por maus-tratos.
Estado de saúde e recomeço
Segundo Stefani, o quadro de saúde de Scooby é estável. O cão segue em tratamento para uma infecção ocular e ainda utiliza um colar elizabetano para proteger a região afetada. Ele também está recebendo medicações específicas.
“A gente estava na torcida para que ele se recuperasse. Já passamos por situações em que fizemos resgates, criamos expectativas, mas infelizmente os animais não sobreviveram. Com o Scooby, felizmente, foi diferente”, relatou a ativista emocionada.
Maus-tratos e processo de resgate
Scooby foi encontrado preso em um corredor externo da casa onde vivia, sem acesso a água ou comida. A antiga tutora alegou que não realizava a tosa porque o animal era agressivo, o que foi desmentido pelo comportamento dócil e assustado do cão durante o resgate.
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Quando foi resgatado, Scooby apresentava quadro de anemia, infestação de pulgas e carrapatos, além de feridas causadas pelo excesso de pelos. Exames também identificaram miíase, infecção provocada por larvas de moscas na pele.
A remoção dos pelos foi feita manualmente com tesouras, já que os aparelhos de tosa não conseguiam atravessar a camada endurecida. O procedimento precisou de anestesia devido às dores e só foi concluído no dia seguinte, após uma pausa para evitar maiores sofrimentos ao animal.
Agora, recuperado e em segurança, Scooby começa uma nova fase cercado de cuidados e carinho.
Maus-tratos a animais é crime: saiba o que diz a lei e como denunciar
Maus-tratos a animais configuram crime previsto na Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/1998). Qualquer ato de violência, negligência ou ameaça que prejudique a integridade física ou emocional do animal pode ser punido com pena de dois a cinco anos de reclusão, além de multa e proibição da guarda.
Exemplos de maus-tratos incluem:
• Agressões físicas, como chutes, socos, queimaduras, envenenamento ou mutilações
• Privar o animal de alimentação, água ou cuidados veterinários
• Submeter o animal a trabalho excessivo ou inadequado
• Abandonar o animal em via pública ou local isolado
• Manter o animal em local insalubre, sem ventilação ou iluminação adequada
• Falta de higiene, limpeza do espaço ou cuidados básicos
Como denunciar:
O Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal orienta que qualquer pessoa pode e deve denunciar casos de maus-tratos. Para isso, é importante reunir o máximo de informações sobre o caso: data, hora e local exato. Também é recomendado registrar imagens (fotos ou vídeos) da situação para a identificação dos responsáveis e formalizar a denúncia junto à delegacia de polícia, à Secretaria de Meio Ambiente local ou por meio de plataformas de proteção animal disponíveis em cada estado. Ter provas documentais e audiovisuais ajuda a fortalecer a apuração e responsabilização dos agressores. Não seja conivente, denuncie!
Fonte: g1, adaptado pela equipe PetON
