Tendência de nutrição personalizada foi destaque no Petfood Forum Brasil, que ocorreu nesta semana em São Paulo dentro da PET South America
A procura por dietas com ingredientes funcionais para cães registrou alta de quase 20% no último ano, segundo dados apresentados no Petfood Forum Brasil. Entre os gatos, o avanço foi de 9%. Probióticos, ômega 3 e antioxidantes estão entre os componentes mais utilizados pela indústria para apoiar a saúde e a longevidade dos animais. Esta foi a primeira edição do evento, realizado dentro da PET South America, considerada a principal feira da indústria pet da América Latina.
O crescimento acompanha a relevância do mercado de alimentação animal, que responde por 53,5% do faturamento total do setor pet, de acordo com a Abinpet (Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação). Nesse segmento, os produtos voltados para cães representam 80% da produção, fortalecendo nichos como o de dietas funcionais e personalizadas.
“Com a humanização dos animais de estimação, os tutores buscam alimentos de mais qualidade. Isso impacta diretamente na procura por produtos específicos e na saúde dos pets”, afirma Fabiano Cesar Sá, médico-veterinário e gerente de Pesquisa e Desenvolvimento da Adimax. Ele destaca que a tendência é adaptar as dietas de acordo com o perfil e as necessidades de cada animal, com suplementação direcionada para diferentes fases da vida.
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A realidade do mercado confirma a tendência. A Special Nutri, fabricante de rações, ampliou seu portfólio de 15 para cerca de 50 itens ao longo da última década. “O tutor busca cada vez mais qualidade e diferenciais, seja para tratar os dentes, melhorar o pelo ou cuidar do intestino. Até a embalagem da nossa marca mudou, refletindo a alta procura por produtos premium”, conta Wagner Trevisan, coordenador comercial da empresa.
Potencial de crescimento
Em 2024, a Abinpet registrou a produção de mais de 4 milhões de toneladas de alimentos para pets. Entretanto, considerando a população estimada em mais de 160 milhões de animais no país, a demanda potencial supera 9 milhões de toneladas.
“Temos uma capacidade ociosa de mais de 5 milhões de toneladas e a indústria nacional tem condição para produzir muito mais. A diferença entre produção e demanda é explicada por dois fatores: muitos animais ainda são alimentados com restos de comida da família e, ao mesmo tempo, os produtos atuais têm qualidade superior, levando a uma menor quantidade ofertada”, explica José Edson Galvão da França, presidente executivo da Abinpet e membro do conselho consultivo do Instituto Pet Brasil.
“Com a combinação de avanços na nutrição animal, maior consciência dos tutores e um mercado com capacidade de expansão, o segmento de dietas funcionais se consolida como um dos mais promissores do pet food. E a expectativa é que a demanda siga crescendo nos próximos anos, impulsionada pelo interesse cada vez maior em oferecer longevidade e qualidade de vida aos animais de estimação”, conclui Fabiano Cesar Sá.