Especialistas destacam que brincar é muito mais do que entretenimento para os cães, faz parte do bem-estar físico e emocional dos animais
Brincar é uma necessidade vital para os cães, independentemente da raça ou idade. Mais do que uma simples forma de distração, as brincadeiras têm papel fundamental na manutenção da saúde física, no equilíbrio emocional e no fortalecimento do vínculo entre o animal e seu tutor.
Segundo a veterinária e especialista em comportamento animal, Isabelle Bazin, a falta de estímulo adequado pode levar a problemas comportamentais, como destruição de objetos, latidos excessivos e até agressividade. “Brincar é tão importante quanto alimentação e passeios. É durante essas interações que o cão gasta energia e trabalha a mente, evitando o tédio e a frustração”, explica.
Brincadeira ao longo da vida: o que muda?
Filhotes naturalmente são mais ativos e exploradores. Para eles, as brincadeiras não servem apenas como diversão, mas como aprendizado e descoberta. No entanto, por ainda estarem em fase de crescimento, atividades de alto impacto devem ser evitadas.
Já cães adultos e idosos precisam de estímulos adaptados. Problemas como osteoartrite ou perda de visão exigem atenção especial. “Brincadeiras em superfícies antiderrapantes ou atividades na água são alternativas seguras e eficazes para cães com limitações físicas”, orienta a especialista.
Quanto tempo é o ideal?
A quantidade ideal de tempo para brincar varia conforme o temperamento, idade e raça do cão. Raças mais ativas, como Border Collie e Pastor-Alemão, costumam demandar mais tempo e estímulo, podendo precisar de 30 minutos ou mais por dia. Já cães mais tranquilos podem se satisfazer com sessões curtas de 10 a 15 minutos.
É importante estar atento aos sinais. Se o cão demonstra comportamentos como pegar objetos e fugir, latir sem motivo aparente ou destruir itens da casa, ele pode estar pedindo mais interação. Mas o excesso de brincadeiras também deve ser evitado, pois pode levar à exaustão e ao estresse.
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O que evitar durante as brincadeiras
Algumas práticas comuns entre tutores, como brincar com as mãos ou incentivar lutas corporais, podem gerar confusão nos cães. A veterinária alerta que esse tipo de interação pode ensinar o animal a morder fora de contexto. “Prefira sempre brinquedos específicos e evite jogos muito bruscos”, reforça.
Outro ponto importante é o controle da excitação. Se o cão se agita demais durante a brincadeira, faça pausas regulares e utilize comandos simples, como pedir para ele se sentar antes de lançar a bola novamente. Isso ajuda a manter a atividade divertida e segura.
Como incluir a brincadeira na rotina
A recomendação dos especialistas é inserir pequenas sessões de brincadeiras ao longo do dia, preferencialmente antes das refeições ou passeios. Brinquedos interativos, como os que liberam petiscos, são ótimos para entreter e estimular mentalmente.
Além disso, momentos de maior agitação, como quando chegam visitas ou antes do jantar, podem ser oportunidades para canalizar a energia do cão de forma positiva.
Mais que diversão, brincar é cuidado
A brincadeira, quando bem conduzida, é uma ferramenta poderosa para melhorar o comportamento, aumentar a confiança e reforçar a relação entre cão e tutor. Observar as reações do pet e adaptar as atividades ao seu ritmo e necessidades é essencial.
“Brincar com o seu cão não é apenas uma forma de passatempo. É uma maneira de cuidar da saúde dele, fortalecer a convivência e proporcionar mais qualidade de vida em todas as fases”, conclui a médica-veterinária.