Estudo revela que cães e gatos geram bem-estar equivalente a um ganho emocional milionário e podem ser aliados na saúde mental
Quanto vale emocionalmente ter um animal de estimação? A resposta, embora subjetiva, agora tem um número simbólico surpreendente: cerca de R$ 1.500,00 por dia. É isso que mostra um estudo internacional que aplicou a “abordagem da satisfação com a vida” para estimar, em termos financeiros, o impacto positivo de um pet na saúde mental e no bem-estar de seus tutores.
A técnica, usada por economistas para medir o valor emocional de eventos da vida, como casamento ou separação, relaciona a satisfação declarada pelas pessoas com diferentes fatores, entre eles, a renda. Com isso, os pesquisadores conseguiram estimar quanto dinheiro seria necessário para gerar o mesmo nível de felicidade proporcionado por um pet. A resposta? Até 70 mil libras esterlinas por ano, o que equivale a mais de R$ 530 mil anuais ou R$ 1.452 por dia, considerando a cotação atual.
Mas o que exatamente os resultados mostram?
Após correções estatísticas que eliminaram distorções por perfil ou condição socioeconômica, os dados apontaram que:
•Tutores de cães demonstraram um aumento de até 2,9 pontos numa escala de 1 a 7 de satisfação com a vida.
•Já os donos de gatos também apresentaram aumento, estimado em 3,7 pontos, embora com maior margem de erro.
Esses índices foram comparados aos efeitos positivos de casar-se, por exemplo, considerado um dos maiores impulsionadores de bem-estar segundo estudos clássicos. Assim, ter um pet se mostrou emocionalmente tão valioso quanto construir um relacionamento afetivo com outro ser humano.
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Nem todos, mas para muitos, um vínculo afetivo real
Os pesquisadores alertam que esse “valor” não é monetário no sentido literal. Trata-se de uma mensuração simbólica, que mostra o quanto as pessoas valorizam emocionalmente o convívio com animais, especialmente aquelas já inclinadas a gostar deles, como quem cuida do bichinho de um vizinho ou adota um animal de rua. O efeito também é mais significativo entre pessoas não casadas, o que sugere que os pets podem assumir um papel de substituto afetivo em certos contextos sociais, oferecendo vínculos reais e consistentes.
Cães e gatos, perfis distintos
A análise também reforça diferenças de personalidade entre tutores de diferentes espécies:
•Donos de cães tendem a ser mais extrovertidos e sociáveis.
•Donos de gatos, por outro lado, são mais abertos e conscientes, mas também mais neuróticos em média.
Esses traços, segundo os autores, influenciam tanto a escolha do animal quanto o tipo de vínculo estabelecido.
Impacto para políticas públicas de saúde mental
Os resultados do estudo vão além da curiosidade. Os autores defendem que, dado o impacto comprovado dos pets na saúde emocional, essa relação afetiva deve ser considerada em estratégias de promoção de bem-estar e prevenção de doenças mentais. Adoções responsáveis, políticas de inclusão pet e programas terapêuticos com animais podem ser ferramentas valiosas para o equilíbrio emocional da população.
A conclusão é simples e poderosa: o amor de um pet pode não ter preço, mas tem valor. E ele é imensurável em carinho, mas calculável em felicidade.