Calor e desidratação: os riscos silenciosos do verão antecipado para cães, gatos e pets exóticos

Mudanças no clima desafiam tutores e aumentam a atenção necessária à saúde dos animais

 

Com a chegada precoce do calor e o aumento das ondas de altas temperaturas, cães, gatos e até pets exóticos estão mais vulneráveis aos efeitos do clima extremo. A exposição prolongada ao sol, ambientes abafados e exercícios nos horários mais quentes podem desencadear problemas sérios, como desidratação e hipertermia.

A publicitária Rosane Fernandes, tutora de dois cães vira-latas, sabe bem como os animais sofrem nessa época. Para garantir o conforto dos peludos, ela adota uma rotina cuidadosa:

“Antes de sair, sempre ligo o ar-condicionado para resfriar o ambiente. Troco a água com frequência e coloco pedrinhas de gelo para deixá-la fresca e incentivar o consumo”, conta. Rosane percebe que, nos dias mais quentes, qualquer descuido pode ser arriscado.

Segundo o médico-veterinário Francis Flosi, diretor-geral da Faculdade de Medicina Veterinária Qualittas, a elevação da temperatura corporal pode evoluir rapidamente para quadros graves.

“Muitos tutores não identificam os primeiros sinais de desconforto térmico, como respiração ofegante, letargia e falta de apetite. Quando o pet chega ao ponto de exaustão, costuma já estar em risco”, alerta.

Cuidados essenciais para cães, gatos e pets exóticos

Para prevenir insolação, queimaduras e desidratação, especialistas recomendam oferecer água fresca o tempo todo, manter ambientes arejados e evitar passeios entre 10h e 16h.

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Em cães e gatos, as queimaduras nos coxins — as “almofadinhas” das patas — são bastante frequentes durante dias muito quentes.

“O asfalto supera facilmente temperaturas seguras. Um bom teste é colocar o dorso da mão no piso. Se queimar para você, vai queimar para o pet”, destaca Flosi.

Cuidados especiais com pets exóticos: alimentação e ambiente

Mas não são só cães e gatos que precisam de cuidados. Pets exóticos como coelhos, roedores, aves, répteis e peixes ornamentais exigem atenção redobrada durante o calor, especialmente no que diz respeito à alimentação e ao ambiente.

Alimentação adequada:

Coelhos e roedores: devem receber feno à vontade, vegetais frescos e ração específica para a espécie.

Aves: precisam de uma dieta variada, com pequenas porções de frutas, legumes e sementes.

Répteis: a alimentação varia conforme a espécie — iguanas necessitam de vegetais escuros ricos em cálcio, enquanto lagartos carnívoros podem precisar de insetos vivos.

Peixes ornamentais: devem consumir apenas ração própria e balanceada, evitando completamente alimentos inadequados como pão, leite, chocolate e derivados.

Ambiente ideal:

Coelhos e roedores: necessitam de espaços amplos, ventilados, com brinquedos, esconderijos e itens para roer, garantindo estímulo e conforto térmico.

Aves e répteis: devem viver em viveiros, gaiolas, terrários ou aquários com boa ventilação e controle de temperatura, umidade e iluminação, respeitando as necessidades de cada espécie.

Peixes: precisam de aquários limpos, com filtragem eficiente e temperatura da água estável para evitar estresse térmico.

Calor antecipado exige vigilância constante

As ondas de calor cada vez mais antecipadas revelam uma realidade que exige adaptação: os animais não conseguem regular a temperatura como nós, e dependem diretamente dos cuidados humanos para se manterem seguros.

Flosi reforça que o cuidado preventivo deve ser prioridade. “A consulta regular ao médico-veterinário continua sendo essencial para prevenir problemas e garantir o bem-estar dos pets.”

Diante de um clima em transformação, compreender os limites de cada espécie e agir antes que o desconforto se torne risco é o caminho mais eficaz para proteger a saúde dos pets.

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