*Por Cristiano Sá
A medicina veterinária vive uma revolução de bastidores, discreta aos olhos do público, mas transformadora em seu impacto. O cuidado com cães e gatos – hoje considerados por muitos tutores como verdadeiros membros da família – passou a exigir soluções terapêuticas cada vez mais eficazes, seguras e alinhadas com os valores da sociedade moderna.
Nesse novo cenário, três pilares se tornaram inegociáveis: inovação, ética e sustentabilidade. E é justamente nesse ponto que biotecnologias, como as terapias celulares e o desenvolvimento de biofármacos com testes in vitro, ganham protagonismo não apenas no Brasil, mas em mercados avançados como Estados Unidos, Europa e Japão, onde essas práticas já são uma realidade consolidada.
As terapias celulares, antes vistas como um recurso distante e experimental, hoje são uma realidade clínica em escala mundial. Elas utilizam células-tronco capazes de se diferenciar em diversos tecidos e liberar fatores de crescimento, que aceleram a regeneração de órgãos e estruturas lesionadas. Essa abordagem revolucionária surgiu como promessa na virada do século, mas foi na última década que se tornou acessível, graças aos avanços científicos e regulatórios.
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No Brasil, a Bio Cell, primeira empresa autorizada pelo MAPA a tratar cães, gatos e equinos com células-tronco, desempenhou um papel fundamental nessa democratização, seguindo os passos de líderes globais que já utilizam essas terapias há anos. Com mais de 900 médicos-veterinários afiliados e 65 unidades avançadas, a empresa transformou um tratamento, antes considerado de elite, em uma opção viável para doenças como osteoartrose, insuficiência renal e úlceras de córnea.
Para os tutores, essa evolução significa benefícios tangíveis: redução do sofrimento animal, menor necessidade de intervenções emergenciais e diminuição do uso contínuo de medicamentos paliativos. Em outras palavras, mais qualidade de vida para os pets e mais tranquilidade para suas famílias. O que torna as terapias celulares uma tendência irreversível é justamente essa combinação entre eficácia clínica e bem-estar animal; um valor que guia tanto a medicina veterinária quanto a humana nos países mais desenvolvidos.
Paralelamente, os biofármacos e os testes in vitro representam outro salto tecnológico, redefinindo como novos medicamentos são desenvolvidos e validados. Os biofármacos, produzidos a partir de organismos vivos, oferecem tratamentos mais precisos e personalizados. Já os testes in vitro, que substituem modelos animais por culturas celulares e tecidos artificiais, trazem agilidade e precisão ao desenvolvimento desses medicamentos, além de atenderem a uma demanda global por métodos éticos e sustentáveis. Essa mudança não é apenas técnica, mas cultural, e posiciona a medicina veterinária brasileira em sintonia com os padrões internacionais mais avançados.
Olhando para o futuro imediato, a convergência entre terapias celulares, biofármacos e tecnologias como inteligência artificial e big data, promete acelerar ainda mais os avanços na área. A análise de dados em larga escala pode, por exemplo, identificar padrões de resposta aos tratamentos, permitindo terapias cada vez mais personalizadas. Além disso, parcerias internacionais e novas linhas de pesquisa devem ampliar o leque de doenças tratáveis, incluindo condições oncológicas e degenerativas que hoje representam desafios complexos.
Na Vetnil®, enxergamos esse cenário como uma oportunidade única de liderar não apenas no mercado nacional, mas de nos tornarmos protagonistas em um movimento global. A recente aquisição da Bio Cell e da BioInnova é apenas o primeiro passo de uma jornada que visa integrar o melhor da ciência mundial ao cuidado com os pets brasileiros. Acredito que cabe a nós, como indústria, como profissionais e como sociedade, garantir que esse progresso beneficie cada vez mais animais e seus tutores.
O futuro da medicina veterinária já começou, e ele é tão promissor quanto irreversível. Iniciamos, agora, um novo capítulo na jornada de cuidado aos animais, e ele será escrito com ciência e propósito.