Participação de animais de estimação em cerimônias deve ser planejada
e preparada para não estressá-los
Isidora é o elo de uma história de amor. Por meio da cachorra da raça buldogue francês, Aline Vaccari aceitou o pedido de casamento de Rafael Xavier. “Coloquei uma roupinha nela, onde estava a aliança que a Aline recebeu”, conta Rafael. Mas a participação de Isi, como é carinhosamente chamada, foi além. Em março, na cerimônia de casamentode seus tutores, com a coleira branca combinando com o vestido, Isi entrou no espaço reservado para o evento, na Serra Gaúcha, levando o par de alianças até os seus donos.“A presença de pets nas cerimônias é uma tendência cada vez mais presente que dá um toque pessoal e afetuoso ao evento”, destaca a cerimonialista Analúcia Bressane Lazaretti de Sá.
Isi não precisou ensaiar a participação no casamento de Aline e Rafael para cumprir sua importante missão. “Colocamos uma roupinha de aia nela e conversamos bastante com meu sobrinho Romeo, que foi nosso pajem. Só pedimos que ele caminhasse devagar com a Isi e fosse em nossa direção. Deu tudo certo”, lembra Rafael.
A buldogue francês, que vai completar 7 anos de idade em setembro, encantou os convidados. “Não fazia sentido a gente comemorar e deixar a Isi em um hotelzinho”, afirma Aline. “Ela é muito importante para nós e tinha que participar, mesmo que ficasse sentada no banco, como convidada.”
Para ter o pet no casamento, a cerimonialista Analúcia Sá observa que é essencial considerar o temperamento e o conforto dos animais. Segundo ela, o ambiente diferente, com pessoas com as quais não estão acostumados, pode ser fonte de estresse. Antes de “convidar” o animal de estimação, também é preciso garantir que o local e os convidados sejam receptivos à presença do pet.
Leia mais:
- Casos frequentes de leishmaniose visceral (LV) reforçam necessidade de prevenção nos cães
- Pets também têm vez nas viagens de férias
- Má higiene bucal pode afetar a saúde dos pets
A cerimonialista já realizou dois casamentos com a participação de pets. “Em outras cerimônias, pelo fato de os cachorros serem estressados e por se sentirem assustados com muita gente, as presenças foram em forma de fotografias, com porta-retratos no altar ou em um móvel que fazia a composição da decoração”, diz.
Para fazer parte do casamento de seus tutores, a cachorra Cacau precisou passar por treinamento. “Como era bebê ainda, ela pulava, puxava e dava mordidinhas de carinho. Para levar as alianças com sucesso, Cacau teve um adestrador. A daminha que a conduziu acompanhou o treinamento”, lembra Analúcia.
Mesmo os animais tranquilos e obedientes à voz de comando devem estar sempre acompanhados de pessoas com as quais estão habituados. Também é importante ter alguém para atendê-los em suas necessidades. “Um dos cachorros que estiveram em uma cerimônia tinha horário certo para tomar medicamento e esteve o tempo todo com uma ajudante da família”, conta.
A participação de animais de estimação em cerimônias precisa ter hora para começar e terminar. De acordo com Analúcia, é recomendável que saiam da igreja ou outro local escolhido para o casamento diretamente para a casa, o hotelzinho ou para os cuidados de um pet sitter. Os pets também não devem ficar para a festa. Eles se estressam, se incomodam com o barulho e com a movimentação dos convidados e querem os tutores por perto em um momento em que os donos não podem lhes dar atenção.
“É fundamental considerar um planejamento cuidadoso e muito amor pelos bichinhos.A presença dos pets pode tornar o dia do casamento ainda mais especial e inesquecível”, conclui a cerimonialista.