Protetora há mais de 20 anos, Tuka se dedica a abrigar e tratar cães que sofreram violência e a ajudar para que tenham uma vida digna
Cães, gatos e outros animais de estimação fazem parte da história de muitas famílias brasileiras. Mas para Cleusa Ana Nyko, a Tuka, eles representam uma verdadeira missão. Protetora independente há mais de 20 anos, em 2016, juntamente com Marinete Janasi, alugou uma casa vizinha à sua, em Araraquara (SP) para abrigar cachorros resgatados, vítimas de maus-tratos. O espaço, chamado carinhosamente de Acãochegoda Tuka, visa dar aos cães resgatados um lar e a chance de uma vida digna, após os tratamentos a que se submeteram.
Com o trabalho realizado no Acãochego, Tuka mostra que o “antes e depois” na vida de animais que sofrem maus-tratos não é apenas uma postagem em redes sociais. Cuidando atualmente de mais de 20 cães com a ajuda da amiga, e parceria com clínicas veterinárias parceiras e da Prefeitura de Araraquara, que faz as castrações, a protetora tem contribuído para experiências bem-sucedidas de recuperação.
Na coleção “momentos felizes”, Tuka conta a história da pinscher Pipa. Cardíaca, a cachorrinha passou recentemente por uma cirurgia cardíaca aos 12 anos. O animal chegou à protetora muito magro, debilitado e com várias feridas pelo corpo. Hoje, mais forte, cercada de carinho e cuidados, a idosinha adotada por Tuka leva uma vida digna, com direito a banho de sol todos os dias ao lado dos brinquedos preferidos.
O vira-lata Ralf certamente não teria sobrevivido sem a intervenção da proteção animal e os cuidados de Tuka. O animal foi baleado na rua e, por isso, teve uma pata dianteira amputada. O “antes” de dor e sofrimento é uma fotografia que contrasta com várias imagens do “depois”. Adotado por uma família amorosa, o cachorro de pelagem preta reluzente ganha colo, dengos e tem a companhia de outros dois irmãos caninos com quem convive em harmonia.
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No Acãochego da Tuka, os animais têm boa alimentação, espaço para se locomover e brincar e são monitorados por câmeras de segurança quando a protetora não está no local.
Além das voluntárias em campanhas de adoção e dos médicos-veterinários parceiros, a protetora conta com a colaboração de fornecedores e profissionais que concedem descontos e flexibilidade no pagamento das despesas. Como forma de arrecadar recursos, o grupo realiza campanhas e rifas. Tuka, que também é uma hábil artesã, produz vários itens que ajudam a pagar o aluguel e as contas de luz e água.
Novo lar, outra vida
As adoções compõem outro capítulo na história de dedicação de Tuka. Com a ajuda da fotógrafa voluntária Carol Boalin, a protetora organizou o Projeto #meadote Araraquara. A proposta dá visibilidade a animais aptos à adoção. E não apenas aos cachorros do Acãochego, mas de outros protetores e canis da cidade.
Um retrato do empenho para que mais animais encontrem um novo lar é a foto em que a protetora aparece com a “estrelinha” Lady, uma shitzu resgatada em uma movimentada rodovia da região. A cachorrinha faleceu em 2022 e foi sua grande companheira após um processo amoroso de adoção.
Muitos cachorros ficam meses e até anos à espera de um lar. Há casos em que permanecem em alojamentos por mais de cinco anos. Idosos, doentes, pretos e de porte maiores, segundo ela, são os menos procurados para adoção. No caso do Açãochego, para a protetora é fundamental que eles sejam felizes e conheçam o amor em todo o tempo em que estiverem com ela.
Para adotar um cachorrinho pelo Projeto #meadote Araraquara, o tutor passa, primeiramente, por entrevistas via WhatsApp. A proposta neste contato inicial é conhecer o perfil do adotante. Só depois a equipe conhece pessoalmente o candidato à adoção. A grande preocupação é que a decisão de ter um cachorro em casa não seja feita apenas por impulso, que em geral resulta em devolução e ainda mais sofrimento para o animal.
O grande incentivo para o trabalho de Tuka é ver os animais “renascerem”. Segundo a protetora, eles mudam pele, pelos e principalmente o olhar, algo que a encanta e a fortalece para prosseguir em sua jornada.
Para mais informações sobre adoção o interessado pode entrar em contato com o projeto pelo WhatsApp (16) 98808-6103 ou através dos perfis Acãochego da Tuka(@acaochegodatuka) e Projeto #meadote Araraquara (@projetomeadoteararaquara) no Instagram.
Veja os animais disponíveis para adoção em nosso Instagram: @portalpeton