Tadinha: a vira-lata de cara preta que virou filha e mudou uma família

No Mês dos Vira-Latas, comemorado em 31 de julho, conheça a emocionante história de uma cadelinha que, além de um lar, encontrou sua missão

 

“Ah, tadinha…” — foi com essa frase que muitos reagiram ao ver a caramelo de focinho preto, tímida e meiga, sobrando numa feirinha de adoção. A última da ninhada, ninguém imaginava que aquele apelido carinhoso acabaria virando nome — e o início de uma linda história de amor, acolhimento e transformação.

Tudo começou em setembro de 2024, em um condomínio de chácaras em Avaré, no interior de São Paulo. A gerente de marketing e protetora independente Carolina Série recebeu um aviso do porteiro: uma cadela havia sido abandonada nas proximidades e estava escondida em uma toca. Sensível à causa animal, Carolina não pensou duas vezes antes de agir. Reuniu ajuda, organizou cuidados e, para surpresa de todos, descobriu que a recém-chegada estava prestes a dar à luz. O abandono, infelizmente, havia acontecido às vésperas do parto.

A mãezinha deu à luz sozinha e, com apoio de Carolina, ganhou cobertores, ração e cuidados veterinários — ela havia desenvolvido mastite e precisou de atendimento emergencial. Com seis filhotes recém-nascidos, a situação logo exigiu mais ajuda. Três dos filhotes foram adotados, e Carolina conseguiu um lar temporário para a mãe, que acabou “adotando” o caseiro de uma das chácaras. Restavam três filhotes ainda sem destino.

Foi aí que entrou em cena a jornalista Isabel Série, mãe de Carolina. Os três cãezinhos foram levados para São Paulo com apoio de uma ONG, e Isabel os acolheu como lar temporário. Pouco depois, dois foram adotados durante uma feirinha. A caramelo de focinho preto, porém, permaneceu. Todos elogiavam seu jeitinho doce: “Que fofa!”, “Olha esse focinho preto!”, “Ah, tadinha…” — e assim o apelido pegou de vez.

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A intenção era encontrar um lar definitivo, mas algo mudou durante o processo. Em um dos eventos de adoção, surgiu um candidato a tutor — mas algo no encontro não convenceu Isabel.

— “Ele não me passou segurança de que cuidaria dela com amor”, lembra a jornalista.

Na dúvida, Isabel respondeu que a cachorrinha já havia sido adotada.

— “Mas adotada por quem?”, questionou seu marido, Paulo.

— “Por nós”, respondeu ela. “A Tadinha já é nossa de coração.”

E assim o lar temporário virou casa para sempre. Tadinha ganhou cama, sofá, irmãos felinos – Pandora e Chanel -, e o título de filha oficial. A família, que já havia perdido um cão amado anos antes, o vira-lata Divino, voltou a viver a alegria da convivência canina.

Com apoio de Carolina, Isabel e Paulo descobriram que ter um cachorro não significa abrir mão da rotina: passeios, viagens e até momentos difíceis ficam mais leves com ela por perto. “Hoje em dia, há muitos espaços pet friendly que acolhem nossos companheiros de quatro patas — e isso muda tudo”, diz Isabel.

Aos poucos, a família também está investindo em adestramento e começou a preparar a caramelo de cara preta para um novo papel: o de cão de apoio emocional. O plano é que Tadinha, com seu temperamento afetuoso, visite hospitais e leve conforto a crianças em tratamento, espalhando amor onde ele é mais necessário.

Nem mesmo os dois gatos da casa foram um obstáculo. A convivência, que parecia improvável no início, hoje é sinônimo de harmonia. Tadinha virou parte da rotina, da família e do coração.

Sua história é apenas uma entre tantas que mostram o poder transformador da adoção — especialmente dos vira-latas, muitas vezes esquecidos ou subestimados. No mês dedicado a esses peludos incríveis, fica o convite:

Se puder, adote. Se não puder, ajude, compartilhe, incentive. Porque cada “ah, tadinha” pode ser o começo do amor mais sincero que alguém já viveu.

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