Vacinação em dia, hidratação reforçada e passeios em horários estratégicos são fundamentais para proteger cães e gatos nas mudanças de estação
Com a chegada do frio, é comum ver pets espirrando, coçando-se mais que o normal ou até demonstrando certa apatia. Mas nem sempre esses sinais indicam apenas uma reação alérgica. Assim como os humanos, cães e gatos também sentem os efeitos das mudanças bruscas de temperatura e podem até adoecer se os cuidados não forem reforçados.
“A troca de estação exige mais atenção dos tutores. As variações de temperatura afetam o sistema imunológico dos animais, e doenças como gripes, alergias e alterações no metabolismo se tornam mais frequentes”, explica o médico-veterinário Eros Luiz de Sousa, diretor do Hospital Veterinário MeBi – Médicos de Bichos, em Curitiba.
Mais do que espirros: doenças respiratórias ganham força no frio
Entre as enfermidades mais comuns estão a traqueobronquite infecciosa canina — popularmente conhecida como gripe dos cães — e a rinotraqueíte felina, que afeta principalmente os gatos. “Essas doenças se agravam com o frio e a umidade. Por isso, manter a vacinação atualizada e o controle antiparasitário é essencial, especialmente em animais que passeiam com frequência ou convivem com outros pets”, alerta o especialista.
Hora certa para passear e hidratar
Os passeios também devem seguir novos horários conforme a estação. No frio, o ideal é sair durante a tarde, quando as temperaturas estão mais amenas, e o pet pode ser agasalhado com roupinhas apropriadas. Já no calor, as caminhadas devem ser feitas bem cedo ou no fim da tarde, para evitar hipertermia e queimaduras nas patinhas causadas pelo asfalto quente.
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A hidratação continua sendo um ponto crucial. Um cão de porte médio precisa de, em média, 50 ml de água por quilo de peso ao dia e essa quantidade pode dobrar nos dias mais quentes.
Troca de pelos e cuidados com a pele
Outro sinal visível das mudanças climáticas nos pets é a troca de pelagem. “É um processo fisiológico de adaptação. No outono e na primavera, é comum o aumento de pelos soltos”, diz Eros. Por isso, a escovação regular é indispensável, especialmente para animais que vivem em ambientes fechados. Isso evita nós, reduz a ingestão de pelos e previne problemas gastrointestinais.
Roupas e acessórios
Roupinhas, sapatinhos e outros acessórios têm se tornado comuns, mas o uso deve ser criterioso. “Animais de pelagem curta, filhotes e idosos podem se beneficiar de agasalhos no inverno. Já os sapatinhos são úteis no calor intenso, protegendo as patas do asfalto quente. No entanto, o uso excessivo ou inadequado pode causar dermatites e estresse”, ressalta o veterinário.
Quando é hora de procurar o veterinário?
Nem todo espirro é motivo de preocupação, mas sinais persistentes, como tosse, dificuldade para respirar, lesões de pele ou mudanças de comportamento, devem ser avaliados por um profissional. “Na troca de estação, muitos quadros evoluem rapidamente. O ideal é manter um check-up veterinário preventivo a cada seis meses”, recomenda.
Adaptação e carinho andam juntos
Ajustar a rotina conforme as estações do ano é um gesto de cuidado que impacta diretamente a saúde e o bem-estar do pet. “Vacinação, alimentação equilibrada, atenção aos sinais clínicos, passeios adaptados e, claro, muito amor. Isso nunca sai de moda”, conclui o veterinário.