spot_img

Setor de saúde animal deve crescer 9% ao ano até 2027

Estudo aponta que crescimento do setor vai impulsionar atividades de fusões e aquisições no Brasil; país está entre os principais produtores globais de proteína animal 

 

O setor de saúde animal deve crescer em média 9% ao ano e chegar ao final de 2027 movimentando aproximadamente R$ 15,3 bilhões. É o que aponta uma modelagem econômica realizada pela Redirection International, assessoria especializada em fusões & aquisições (M&A) ao analisar os dados de mercado e as variáveis macroeconômicas para o período. No ano passado, o faturamento do setor foi de R$ 10,79 bilhões, segundo informações do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan).

Um dos principais motores para o crescimento da indústria brasileira de saúde animal é o tamanho do mercado nacional agropecuário e a representatividade do país no contexto global de produção de proteína animal. Segundo o último levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2022 o Brasil possuía o maior rebanho bovino do mundo, com cerca de 234 milhões de cabeças de gado. O país também é o segundo maior produtor global de aves, atrás apenas dos Estados Unidos, com uma produção anual de 14,8 milhões de toneladas de frango, de acordo com dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

Leia mais: 

 

“Apesar de o mercado ter crescido abaixo da média no ano passado, fechando em 4,2% e haver uma previsão de desaceleração no agronegócio brasileiro de um modo geral para 2024, o cenário a médio prazo é bastante positivo, com perspectivas de aumento na produção de proteína animal e exportações. Isso deve estimular a atividade econômica e impulsionar o setor de saúde animal que movimenta mais de US$ 63 bilhões em todo o mundo, devendo chegar a US$ 117 bilhões até 2031, com um CAGR de 8,1% durante o período segundo dados da Skyquest”, destaca o economista Adam Patterson, sócio da Redirection International e um dos responsáveis pelo estudo.

Ele explica que o mercado em ascensão também reflete em mais investimentos em pesquisa e desenvolvimento de novos produtos de saúde animal, sobretudo relacionados à inovação como anticorpos monoclonais, células-tronco, tecnologias digitais, entre outras. “Uma das tendências deste mercado é que os fabricantes invistam cada vez mais no desenvolvimento de produtos mais eficazes para o controle e a prevenção de zoonoses, visando o aumento da produtividade para atender a uma demanda crescente por proteína animal em todo o mundo. Além disso, a indústria vem investindo em soluções ecologicamente corretas, o que pode criar novas oportunidades no mercado e ser um diferencial para as empresas”, ressalta.

Este cenário também favorece as atividades de M&A, sobretudo envolvendo a formação de grandes grupos regionais, segundo o estudo da Redirection International. Entre as tendências para o setor e que devem impulsionar as fusões e aquisições estão uma maior presença de grupos internacionais no mercado brasileiro, a busca por sustentabilidade ambiental, proteínas alternativas e soluções integradas para gestão agrícola, inovação em produtos farmacêuticos e biológicos veterinários, diversificação intersetorial, aquisição de portfólios de novas drogas e consolidação para maior escala e alcance de mercado das empresas.

O estudo aponta algumas transações recentes registradas no mercado, principalmente em busca de inovação e novas tecnologias, como a aquisição da área de aquacultura da Elanco pela MSD Saúde Animal em março de 2024 e a aquisição da indústria brasileira de aditivos alimentares Oligo Basics pelo grupo belga Innovad Group, em maio deste ano, por exemplo.

Outro fator que impulsiona o setor de saúde animal é o crescimento contínuo do mercado pet que, somente em 2023, movimentou R$ 68,7 bilhões de acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet). O Brasil é o terceiro país com a maior população de animais de estimação do mundo, atrás apenas da China e dos Estados Unidos.

“O setor de saúde animal brasileiro está pronto para continuar sua recente trajetória de crescimento. É provável que essa expansão continue a ser atraente para empresas internacionais e grandes grupos nacionais ao longo da cadeia de valor. Nos mercados desenvolvidos, especialmente nos Estados Unidos, também estamos vendo um aumento na atividade de fusões e aquisições em serviços veterinários, com vários grupos de plataformas escalando rapidamente”, destaca Adam Patterson. “No geral, novas tecnologias em agricultura de precisão, produtos farmacêuticos e diagnósticos serão algumas das principais áreas de interesse, promovendo novas parcerias, entrada em novos mercados e acordos estratégicos de fusões e aquisições. Podemos esperar mais negociações, consolidação e um cenário industrial cada vez mais competitivo e inovador”, complementa.

Relacionadas

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

- Publicidade -spot_img

Últimas notícias