Rejane Fini*
Nada mais gostoso do que os preparativos para adoção de um pet. Compramos casinha, brinquedinhos, roupinhas, mantinhas, coleiras, potes, ração… É um verdadeiro “enxoval do bebê”.
Durante os preparativos, é importante incluir uma visita ao veterinário. Independentemente da idade do animal, seja filhote, adulto ou idoso, alguns exames podem ser cruciais para a saúde deste novo membro da família.
Nós já sabemos da importância de cuidados como antiparasitário, vermífugo, vacinas e banho, no caso de cães. Mas que exames fazer quando adotamos felinos?
O primeiro exame, certamente, é o hemograma para investigar como andam as funções renal, hepática, biliar, hormonal (T4 total), glicose, além de infecções, bactérias, vírus, parasitas, tumores… Em alguns casos, o médico-veterinário também pode solicitar exames de imagens.
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Vale ressaltar aqui a importância da realização dos tão temidos exames de FIV e FELV em felinos.
É recomendado que o teste rápido (ELISA) de FIV e FELV seja feito em filhotes antes do início da vacinação. O exame é sorológico deve ser realizado aos dois meses de idade. Mas independentemente de o animal ser filhote ou não, o ideal é repetir este teste depois de dois meses, tanto se positivo quanto negativo.
A Imunodeficiência Viral Felina, popularmente conhecida como “Aids felina” ou “FIV”, acomete também gatos domésticos, com ou sem acesso à rua, em qualquer idade, deixando-os suscetíveis a infecções oportunistas e outras doenças neurológicas secundárias, devido à deficiência no sistema imunológico. Não há vacinas eficazes até o momento, em razão de grandes mutações no hospedeiro.
A FIV pode ser transmitida de mãe para filhote durante a amamentação, e ainda por saliva, arranhadura e via venérea. Os indivíduos positivos para FIV podem conviver com outros felinos soropositivos. Não há tratamento 100% eficaz.
Já a FELV é uma doença infecciosa que enfraquece o sistema imunológico do felino, deixando-o mais exposto a enfermidades e infecções que podem ser fatais. É conhecida como “leucemia felina”, porque produz sintomas muito parecidos com os da leucemia em seres humanos.
Em muitos casos, a FELV acomete os felinos sem apresentar sintomas iniciais. Por esta razão, se descoberta precocemente, o pet pode levar uma vida normal.
O vírus FeLV pode ser transmitido por meio de contato de gatos saudáveis com saliva, fezes, leite e urina de um outro afetado, como também por mordeduras resultantes das brigas entre felinos.
O exame PCR é mais específico e capaz de identificar o vírus na fase latente. Recomenda-se que o hemograma completo seja feito a cada seis meses, pelo risco de alterações hematológicas relacionadas ao vírus. Um check-up bioquímico completo e a avaliação da urina devem ser realizados anualmente.
Sabendo agora da importância dos exames de prevenção para o pet, sempre que pensar em adotar ou resgatar um bichinho, lembre-se que além do enxovalzinho, uma visita ao médico-veterinário é de suma importância para saúde de seu animal de estimação.
*Rejane Fini é protetora de animais há 30 anos e fundadora da Ong Adoções Corrente do Bem, que completa 10 anos em 2024.