Ervas brasileiras e fórmulas chinesas ajudam a tratar pets de forma integrada; novidades serão apresentadas na Terapêutica Pet, em outubro
As fitoterapias, uso de plantas medicinais para tratamento de doenças, vêm ganhando espaço importante na medicina veterinária integrativa. E não é só a fitoterapia brasileira que ganha espaço: a tradição chinesa também exerce forte influência nos tratamentos veterinários no país. Quem explica é a médica-veterinária Laizi Braggio, sócia do sintonia Pet e especialista em fitoterapia, que une saberes ancestrais ao cuidado com os animais.
Segundo ela, Medicina Tradicional Chinesa (MTC) é baseada em fórmulas magistrais, que combinam várias ervas organizadas em papéis específicos: há a erva imperador, com maior concentração e ação principal sobre a causa da doença; a erva ministro, que potencializa a ação da imperador; a erva auxiliar, que corrige efeitos colaterais e fortalece a fórmula; e a erva mensageira, que direciona os princípios ativos ao local certo no corpo. Para prescrevê-las corretamente, é preciso um conhecimento profundo: “O profissional deve saber avaliar pulso, língua, diferenciar sistemas Yin-Yang, os Cinco Movimentos, os Oito Princípios (Ba Gang)… Não basta ser acupunturista — é preciso ser também um bom fitoterapeuta para fazer um padrão de diagnóstico e prescrição adequada”, explica Laizi.
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Já a fitoterapia brasileira também oferece opções poderosas, como ervas antioxidantes, analgésicas e anti-inflamatórias. “Eu gosto de combinar as duas: enquanto a chinesa trata o padrão energético do paciente, a brasileira ajuda a aliviar sintomas. Elas são complementares”, conta a veterinária.
Os tratamentos, no entanto, exigem paciência. Corrigir padrões de desequilíbrio não é rápido e alguns pacientes precisam tomar as ervas por meses, até mais de um ano. A vantagem? A maioria das fitoterapias, quando bem utilizadas, não apresenta efeitos colaterais graves e ajuda a tratar a origem do problema, não apenas os sintomas. Mas é preciso lembrar que são medicamentos e, por isso, devem ser prescritos por veterinários com conhecimento na área.
No caso das fórmulas brasileiras, os medicamentos podem ser manipulados de várias formas como cápsulas, suspensão oral, pó, biscoito, até gel transdérmico aplicado na pele. Já as fitoterapias chinesas aparecem em cápsulas, pílulas, tabletes, chás (menos usados em animais) e soluções alcoólicas (pouco indicadas para pets).
Quer saber mais sobre essas técnicas e mergulhar nas inovações da medicina veterinária integrativa? Então marque na agenda: nos dias 17 e 18 de outubro de 2025, acontece o Terapêutica Pet, no Centro de Convenções Millenium, em São Paulo. O evento é o principal encontro do setor no país, reunindo os maiores especialistas, técnicas, pesquisas e tendências e, este ano, terá a ozonioterapia como um dos destaques.
As inscrições já estão abertas e podem ser feitas pelo site oficial do evento.