Do campo ao pote: como o agronegócio movimenta o mercado pet no Brasil

Com mais de 149 milhões de pets, país aposta na produção rural para garantir alimentação saudável e segura aos animais de estimação

 

 

Quem tem um animal de estimação sabe: a alimentação é uma das maiores preocupações dos tutores. E o que muita gente não imagina é que a ração que chega até a tigela dos pets começa bem longe, no campo. O agronegócio tem papel fundamental nessa cadeia, fornecendo ingredientes essenciais como arroz, milho e soja – todos cultivados por produtores que ajudam a movimentar um dos maiores mercados do país.

Com uma população pet de cerca de 149 milhões de animais, o Brasil ocupa a terceira posição no ranking mundial, atrás apenas da China e dos Estados Unidos. Hoje, sete em cada dez brasileiros têm pelo menos um pet em casa. E esse amor todo se reflete no bolso: o setor de alimentação animal já movimenta mais de US$ 12 bilhões por ano, com projeções otimistas que apontam para US$ 17 bilhões até 2029.

Esse crescimento acompanha a chamada humanização dos pets – um movimento que valoriza cuidados cada vez mais próximos aos dados aos humanos, inclusive no que diz respeito à qualidade da alimentação.

Do arroz da lavoura aos petiscos gourmet

A jornada dos alimentos que compõem a dieta dos pets começa no campo. Em Jacinto Machado (SC), por exemplo, a família Mezzari cultiva arroz há quase 50 anos. Parte dessa produção é destinada à indústria pet, mas com critérios rigorosos: os grãos mais claros vão para o consumo humano; os de coloração mais escura, ainda cheios de nutrientes, são utilizados na fabricação de ração.

Antes de virar alimento para cães e gatos, os ingredientes passam por mais de 20 testes de qualidade. São avaliados níveis de proteína, gordura, presença de micotoxinas e outros critérios técnicos. Depois disso, os grãos seguem para o processo de extrusão – etapa em que são moldados em pequenos corações, ossinhos e outros formatos que ajudam na aceitação dos bichinhos.

Amor que alimenta

Mas não é só de indústria que vive a nutrição pet. Em Nova Veneza (SC), a professora aposentada Ângela Pacheco cuida de dez cães – três em casa e sete nas ruas da cidade. Todos os dias, ela garante comida, água e carinho para os animais, com a ajuda de doações dos vizinhos.

 

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“Minha cachorrinha Nicole, que adotei há nove anos, sempre teve uma alimentação especial. E faço questão de que os cães de rua também recebam ração de qualidade, rica em proteínas”, conta.

Em Balneário Camboriú, a veterinária e nutróloga Bettina Michalak transformou essa preocupação com a alimentação em um negócio. Proprietária de uma loja especializada, ela prepara bolos de aniversário para cães com ingredientes 100% naturais: farinha integral, ovos, carnes e legumes.

“Queremos oferecer petiscos saudáveis e saborosos, sem abrir mão da nutrição. Afinal, comida também é afeto”, explica Bettina.

Conexão do campo à economia

A alimentação representa 75% de todo o mercado pet no Brasil, e isso deixa claro como o agronegócio é essencial para manter esse segmento em expansão. A rastreabilidade e a procedência dos ingredientes viraram prioridades para as indústrias – e também para os tutores, cada vez mais atentos à composição dos produtos.

Nos supermercados e agropecuárias, a variedade cresce a olhos vistos. Em uma loja de Gravatal (SC), os vendedores fazem questão de frisar: “Hoje, 99% da matéria-prima das rações vem de produtos como arroz, trigo e milho. Só trabalhamos com fábricas que garantem segurança em toda a cadeia produtiva”.

O que antes era um nicho, hoje é um setor sofisticado e em plena ascensão. Impulsionado por consumidores exigentes e apaixonados, o mercado pet mostra como a conexão entre campo e cidade pode transformar vidas – humanas e animais – por meio de uma alimentação mais consciente, nutritiva e cheia de carinho.

 

Fonte: NDMais, adaptado pela equipe PetON

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