Novo modelo de climatizador voltado para casas e ambientes menores surge como alternativa ao ar-condicionado, ampliando o conforto térmico de espaços abertos e favorecendo a circulação dos animais
Com as ondas de calor cada vez mais frequentes, a climatização de ambientes residenciais deixou de ser apenas uma questão de conforto humano e passou a ocupar um papel central no cuidado com os pets. Cães e gatos são mais sensíveis às altas temperaturas e, em muitos casos, sofrem rapidamente com o calor excessivo, o que tem levado tutores a buscar soluções mais eficientes e adequadas à rotina dos animais dentro de casa.
Essa demanda crescente do mercado impulsionou o desenvolvimento de novas tecnologias de climatização voltadas a residências e ambientes menores. A proposta é oferecer conforto térmico sem as limitações impostas pelo ar-condicionado tradicional, que exige ambientes fechados e pode prejudicar a qualidade do ar, especialmente para os pets.
Especialistas explicam que, apesar de muito difundido, o ar-condicionado nem sempre é a melhor alternativa quando se pensa em bem-estar animal. Além de ressecar o ambiente, o equipamento pode afetar as vias respiratórias dos pets. Outro ponto relevante é a necessidade de manter portas e janelas fechadas para garantir eficiência térmica, o que acaba reduzindo os espaços de circulação e o contato dos animais com áreas abertas.
Dentro desse contexto, soluções de climatização evaporativa vêm ganhando espaço. Recentemente, um novo climatizador voltado para residências e pequenos negócios chegou ao mercado com a proposta de ampliar o conforto climático em ambientes abertos ou semiabertos, permitindo que os pets circulem livremente pela casa.
Segundo Juan Carlos Ormachea, diretor executivo da Ecobrisa, a procura por esse tipo de solução reflete uma mudança de comportamento do consumidor. “As pessoas perceberam que conforto térmico não é luxo. É saúde, bem-estar e qualidade de vida, tanto para os moradores quanto para os animais. Em casas com pets, isso se torna ainda mais evidente, porque o calor afeta diretamente o comportamento e a saúde deles”, afirma.
De acordo com Ormachea, o novo modelo foi desenvolvido para atender justamente essa necessidade. “Falamos de um equipamento compacto, pensado para residências, que não exige instalações complexas, não utiliza gases refrigerantes e permite manter portas e janelas abertas. Isso faz toda a diferença em lares com animais, que precisam de espaço e circulação”, explica.
O impacto do calor no comportamento e na saúde dos cães é um alerta constante para profissionais da área. Richardson Zago, especialista em comportamento canino e sócio fundador do Patinhas Urbanas, destaca que os riscos vão muito além do desconforto. “Quando as temperaturas sobem, o impacto no corpo do cão é muito maior do que as pessoas imaginam. Eles têm dificuldade para regular a própria temperatura e podem sofrer hipertermia em poucos minutos. Em casos graves, o quadro evolui para desmaio, convulsão e até morte. Por isso, ambientes climatizados deixam de ser um conforto e passam a ser uma necessidade real nesta época do ano”, afirma.
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Segundo Zago, o calor excessivo interfere diretamente no bem-estar emocional e físico dos animais. “O tutor percebe o cachorro mais ofegante, irritado, procurando sombra e interrompendo as brincadeiras. Esses sinais mostram que o organismo já está no limite. Garantir conforto térmico é garantir saúde”, reforça.
Atento a essa realidade, o Patinhas Urbanas tem investido em diferentes estratégias para manter ambientes mais frescos. “Além do ar-condicionado e de ventiladores distribuídos pelos espaços, também contamos com climatizadores, que ajudam a manter a temperatura agradável e o ar mais fresco”, explica Zago.
Ele destaca ainda que a estrutura foi pensada para respeitar as necessidades de diferentes portes. “Em uma das unidades, temos duas piscinas, uma para cães de porte grande e outra para cães pequenos. Isso permite que todos brinquem com segurança. Também oferecemos atividades refrescantes, como brincadeiras na água, frutas congeladas e experiências sensoriais que ajudam o cão a se resfriar sem estresse”, conta.
O especialista aproveita para derrubar um mito comum entre tutores durante o verão. “Muita gente acredita que tosar o cão ajuda a refrescar, mas é o contrário. O pelo funciona como uma barreira térmica e protege contra o sol direto e a radiação. Retirar essa proteção pode aumentar o risco de hipertermia”, alerta.
Para Zago, o avanço de soluções de climatização mais inteligentes e adaptadas aos lares representa um ganho importante para a saúde animal. “Se para nós o calor já é desconfortável, para os cães é ainda mais. Cabe a nós criar ambientes seguros, frescos e saudáveis para que eles vivam bem”, conclui.
A chegada de equipamentos pensados para casas e pequenos espaços reforça uma tendência clara do mercado: climatizar melhor os ambientes não é apenas uma questão de conforto, mas um cuidado essencial com quem divide o lar, incluindo os pets, que sentem os efeitos do calor de forma ainda mais intensa.



