Veterinária alerta para os perigos articulares causados por pisos escorregadios e reforça que hábitos humanos não devem ser aplicados automaticamente à rotina dos pets
Dar banho no seu cãozinho dentro do box ou da banheira parece algo prático, comum e até carinhoso, mas pode representar um risco real para a saúde dele. O alerta vem da médica-veterinária Juliana Hirai, especialista em fisioterapia e reabilitação de pets. Segundo ela, esse hábito aparentemente inofensivo pode comprometer as articulações do animal, especialmente se ele já tiver alguma predisposição a problemas articulares ou de coluna.
“Você sabia que dar banho no seu cão dentro do box ou da banheira pode ser um risco muito grande para as articulações dele? O piso geralmente já é liso, e quando adicionamos o shampoo, ele fica ainda mais escorregadio. O cão precisa fazer mais força para manter o equilíbrio, o que pode sobrecarregar as articulações. Além disso, existe o risco real de escorregões e até de rupturas de ligamento, como no joelho, por exemplo”, explica a veterinária.
A recomendação de Juliana é simples e eficaz, coloque um tapetinho antiderrapante ou uma toalha no chão antes de iniciar o banho. Isso ajuda o animal a ter mais aderência, evita escorregões e dá mais estabilidade ao corpo, prevenindo lesões e desconfortos desnecessários.
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O banho seguro vai além da superfície onde ele acontece. Também inclui o uso de produtos adequados para pets, com formulações próprias para a pele dos animais, a temperatura correta da água, nem muito quente nem muito fria, a proteção de áreas sensíveis como olhos e ouvidos, e a secagem completa após o banho, fundamental para evitar problemas de pele, otites e até infecções respiratórias. Um ponto de atenção importante é que muitos tutores ainda utilizam produtos de uso humano, como shampoos e sabonetes convencionais, o que pode provocar reações alérgicas, irritações e até desencadear problemas dermatológicos mais sérios nos pets.
O alerta não é apenas sobre o momento do banho, mas sobre a forma como muitos tutores, movidos pelo amor e pelo cuidado, acabam adotando práticas humanas no cotidiano dos pets. Colocar o cão dentro do box é natural para quem pensa com a lógica do “banho de gente”, mas a anatomia e as necessidades dos animais são diferentes, e devem ser respeitadas.
“Sabemos que os tutores amam seus animais e, na maioria das vezes, acreditam estar fazendo o melhor. Mas é fundamental adaptar os cuidados à realidade fisiológica dos pets”, reforça Juliana.
Esse tipo de atenção contribui diretamente para a qualidade de vida dos cães, especialmente à medida que envelhecem ou quando já têm diagnósticos ortopédicos. Um banho seguro, sem esforço ou riscos de queda, é mais do que higiene, é saúde preventiva.
Fica o lembrete, carinho também é oferecer segurança. E, no caso dos pets, isso passa por compreender e respeitar suas limitações e particularidades. Então, antes do próximo banho, pense duas vezes. Um simples tapetinho no chão pode ser o melhor presente que você pode dar ao seu cão naquele momento.