Você já se perguntou se os animais também têm diferentes tipos sanguíneos? A resposta é sim! Assim como nós, os animais possuem uma variedade de tipos sanguíneos. O Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio de Janeiro (CRMV-RJ) destaca a importância deste conhecimento para a doação de sangue animal.
Assim como em seres humanos, no animais os tipos sanguíneos são determinados por estruturas presentes na superfície de suas células vermelhas (antígenos). Diferentemente dos antígenos presentes em patógenos (como por exemplo as bactérias), que induzem uma resposta do sistema imunológico, com o objetivo de evitar-se uma infecção, os antígenos presentes nas hemácias são denominados antígenos próprios, reconhecidos pelo organismo, para que não aconteçam reações imunológicas contra células próprias.
Diferentes espécies de animais apresentam uma grande variedade de antígenos de superfície em seus eritrócitos, sendo estes separados e classificados em grupos sanguíneos. Os cães por exemplo, têm mais de uma dúzia de grupos identificados, enquanto gatos têm pelo menos três sistemas principais de grupos sanguíneos. Outras espécies, como cavalos e gado, também têm sua própria gama de tipos sanguíneos.
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No caso dos gatos, os grupos sanguíneos são A, B e AB. Já os cachorros contam com um sistema diferente conhecido como Dog Erythrocyte Antigen (DEA), que apresenta oito variações: DEA 1.1, DEA 1.2, DEA 3, DEA 4, DEA 5, DEA 6, DEA 7 e DEA 8. Nesta espécie foram descobertos três antígenos adicionais, Dal, Kai-1 e Kai-2. Acredita-se que nos próximos anos novos antígenos ainda sejam descobertos, o que poderá aumentar a complexidade dos sistemas de tipagem sanguínea, salientando a importância de identificar o tipo sanguíneo do doador e nunca deixar de realizar o teste de compatibilidade antes das transfusões.
“Muitas vezes, na prática da clínica e da hematologia clínica, realizar uma transfusão sanguínea é um divisor de águas, procedimento determinante no tratamento do paciente anêmico. E realizar a tipagem sanguínea, além de determinar a compatibilidade entre doador e receptor são etapas essenciais, que tornam possível utilizar o hemocomponente com segurança, evitando que ele cause danos ao receptor ao invés de salvar a sua vida”, declarou a médica-veterinária com ênfase em hematologia clínica e conselheira do CRMV-RJ, Flávia Uchôa.
O conhecimento dos tipos sanguíneos é fundamental para a manutenção e expansão dos bancos de sangue animal, imprescindíveis nas emergências médicas e cirúrgicas, fornecendo sangue seguro para pacientes cujas vidas dependem das transfusões. A disponibilidade de sangue adequado faz a diferença entre a vida e a morte em muitas situações críticas.
Médicos-veterinários: Garantindo a saúde e bem-estar dos animais!
Fonte: CRMVRJ