Especialistas alertam que esperar o momento certo ajuda na saúde articular e no desenvolvimento do pet
Adotar um animal é um ato de amor, mas também de responsabilidade. O publicitário Guilherme Souza, de Birigui (SP), descobriu isso logo após resgatar os filhotes Fred e Nina, encontrados em uma área de mata perto de sua casa no início de julho. De aparência semelhante e possivelmente irmãos, os dois ainda não têm idade definida, apenas a certeza de que são muito jovens.
Preocupado com a convivência entre macho e fêmea no mesmo espaço, o publicitário buscou orientação sobre a castração. Para sua surpresa, a recomendação não foi de urgência, mas de paciência: ele deveria esperar cerca de dez meses para que os cães atingissem uma idade mais segura para o procedimento.
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Segundo a médica-veterinária Juliana Hirai, especialista em fisioterapia pet, a castração é uma importante ferramenta de controle populacional e prevenção de alguns tumores, mas precisa ser feita no momento adequado. “A castração precoce, em cães com menos de um ano, pode aumentar as chances de problemas articulares, como ruptura de ligamento e displasia coxofemoral”, explica. “Isso porque a remoção precoce dos hormônios altera o crescimento ósseo e a angulação das articulações, o que interfere diretamente no desenvolvimento do animal. Além disso, aumenta o risco de obesidade e dificulta o ganho de massa muscular, sobrecarregando ainda mais as articulações.”
O alerta é especialmente importante para cães com predisposição a doenças articulares ou que terão uma vida ativa, como é o caso de Fred e Nina.
O tutor de Fred e Nina comemora a decisão de ter se informado antes de agir. “Ainda bem que eu pesquisei e conversei com profissionais sérios. Eu não sabia dos riscos que poderia causar aos meus cães com uma castração tão cedo”, diz Souza.



