Participação dos produtos para animais de estimação quase dobra em dez anos e já responde por 27% da receita do setor, segundo Sindan
A indústria veterinária no Brasil registrou um avanço significativo em 2024, alcançando faturamento de R$ 11,9 bilhões, o que representa um crescimento de 10,1% em comparação ao ano anterior. Levantamento do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan) mostra que, nos últimos dez anos, o setor manteve média anual de expansão de 10,5%, resultado impulsionado tanto pela pecuária quanto pelo fortalecimento do mercado pet, marcado por novas demandas de consumo e maior atenção ao bem-estar animal.
Segundo Gabriela Mura, diretora de mercado e assuntos regulatórios do Sindan, os resultados não se resumem ao aspecto econômico. “A indústria cresceu em volume e complexidade. O desempenho consistente ao longo da década demonstra a capacidade de adaptação do setor às demandas do campo e da cidade, oferecendo soluções que unem saúde, inovação e bem-estar animal”, afirma.
Leia Mais:
- Busca por dietas funcionais para cães cresce quase 20% em um ano
- Blitz educativa e adoção de cães marcam o Agosto Caramelo em Valinhos
- Cuidados orais em pets ganham destaque no Congresso PET VET 2025
A pecuária segue como o maior segmento, representando 47% do faturamento total em 2024. Porém, há dez anos, essa participação era de 57%. “Os animais de produção continuam estratégicos, e os produtores rurais estão cada vez mais atentos à sustentabilidade, mas o mercado pet vem ganhando espaço de forma expressiva”, destaca Gabriela.
Em 2014, os produtos e serviços voltados a animais de estimação respondiam por 15% da receita do setor. Hoje, esse índice chega a 27%. “Esse avanço é resultado da relação mais próxima entre tutores e pets, vistos como membros da família. Esse novo perfil de consumidor, que prioriza saúde, conforto e longevidade, estimula investimentos em inovação, qualificação profissional e novos formatos de atendimento”, explica a executiva.
O quadro atual mostra uma indústria veterinária mais diversificada, capaz de atender tanto às exigências de eficiência no campo quanto às expectativas da sociedade urbana. A saúde animal se consolida como elemento estratégico da economia nacional, refletindo mudanças de comportamento, evolução tecnológica e a valorização crescente do vínculo entre pessoas e animais.