Assim como os humanos, os animais de estimação precisam ter os cuidados redobrados para evitar problemas e agravamento da saúde
Formação de massa de ar seco, que inibe a formação de nuvens de chuva, e alerta de baixa umidade relativa do ar, variando entre 20% e 30%. Estas situações, combinadas com as queimadas que vêm afetando vários municípios brasileiros, são indicativos para redobrar os cuidados com a saúde. Da mesma forma que os humanos, os animais se ressentem com o clima seco e, por esta razão, também merecem atenção especial.
Médica-veterinária e especialista em pets não convencionais no Hospital Veterinário Taquaral, em Campinas (SP), Raíssa Natali atou no resgate de animais durante queimadas de grandes proporções que ocorreram em anos anteriores no Pantanal.
A veterinária ressalta que o ar seco, carregado de fumaça proveniente de queimadas, é prejudicial tanto para as pessoas quanto para os animais domésticos e os pets não convencionais. “Esta condição irrita as vias respiratórias dos animais, causando dificuldade para respirar, tosse, entre outros problemas”, diz. Olhos irritados com lacrimejamento excessivo, desconforto e vermelhidão também são observados.
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A exposição ao ar seco e poluído pode afetar, ainda, a pele e a pelagem dos animais, resultando em ressecamento, coceira e possíveis infecções cutâneas. “Animais com condições de saúde preexistentes tendem a sofrer agravamento desses problemas”, afirma.
Assim como cães, gatos e pets não convencionais, as aves são igualmente impactadas pelas queimadas. De acordo com Raíssa, a exposição à fumaça pode causar vários problemas de saúde, semelhantes aos que afetam outros animais e humanos. “Afecções respiratórias, olhos Irritados, ressecamento da pele e das penas das aves, que prejudicam a saúde da plumagem, dificultam a capacidade de voo”, destaca. A mudança nas condições ambientais, pontua a veterinária, pode levar a comportamentos alterados, como agitação, apatia ou mudanças nos hábitos alimentares. “Animais imunossuprimidos tornam-se mais suscetíveis a doenças.”
Para minimizar os efeitos de queimadas e secas prolongadas, a especialista recomenda manter os animais em ambientes livres de fumaça, com a ajuda de purificadores de ar, dar acesso a água limpa, restringir atividades ao ar livre e monitorar a saúde, principalmente dos que já têm problemas de saúde preexistente.
“Se houver alguma preocupação específica com a saúde dos animais devido à fumaça, ou se eles tiverem condições de saúde preexistentes, é importante consultar um veterinário para orientações e possíveis tratamentos preventivos”, conclui Raíssa Natali.