Apesar de ser um processo natural do envelhecimento, existem várias estratégias que podem ajudar a mitigar o problema
A perda de massa muscular é muito comum em cães idosos. A condição, que ocorre devido a uma combinação de fatores fisiológicos e ambientais, pode afetar a qualidade de vida e a mobilidade dos pets.
“Esse processo chama-se sarcopenia e envolve uma redução na massa muscular esquelética, afetando especialmente os músculos dos membros e do tronco. Essa perda de massa pode ser visível como uma redução do volume muscular e uma aparência mais magra e frágil. Os cães também experimentam uma diminuição na força muscular, o que pode resultar em dificuldades para se levantar, subir escadas ou se movimentar com a mesma agilidade de antes”, detalha a médica-veterinária e gerente de produtos da Avert Saúde Animal, Pamela Pioli Meneghesso.
À medida que os cães envelhecem, ocorrem mudanças significativas em seu metabolismo e níveis hormonais. Essas alterações podem contribuir para o surgimento da sarcopenia.
Os níveis de hormônios anabólicos, como a testosterona e o hormônio do crescimento, diminuem com a idade, enquanto os níveis de hormônios catabólicos, como o cortisol, podem aumentar, favorecendo a degradação muscular. Além disso, a falta de atividade física é um dos principais fatores que contribuem para o quadro, pois os cães idosos muitas vezes se tornam menos ativos devido a dores articulares, doenças crônicas ou simplesmente pela diminuição da energia e motivação. “A falta de estímulo físico leva à atrofia muscular por desuso. Sem exercício regular, os músculos não recebem os sinais necessários para a manutenção e crescimento, resultando em perda de massa muscular”, afirma Pamela.
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A nutrição é outro aspecto que deve estar no radar dos tutores, pois desempenha um papel fundamental na manutenção da massa muscular. “Cães idosos frequentemente experimentam alterações na capacidade de digerir e absorver nutrientes, bem como mudanças em suas necessidades nutricionais. Nessa fase, os pets também podem ter o apetite reduzido, levando a uma ingestão insuficiente de calorias e proteínas necessárias para a manutenção da massa muscular. Por isso, é fundamental buscar a orientação do médico veterinário para implementação de uma dieta que atenda as necessidades do pet sênior”, elucida a profissional
Adicionalmente, doenças crônicas, como artrite, doenças renais e cardíacas, podem contribuir para a sarcopenia, aumentando a inflamação no corpo e promovendo a degradação muscular. O estresse oxidativo também pode causar danos às células musculares e contribuir para o surgimento do quadro. Apesar de ser um processo natural do envelhecimento, existem várias estratégias que podem ajudar a mitigar a perda de massa muscular nos cães idosos.
“Fornecer uma dieta equilibrada, rica em proteínas de alta qualidade e aminoácidos essenciais, é crucial. Suplementos nutricionais, como aminoácidos de cadeia ramificada (BCAAs), também são benéficos”, conta Pamela.
Incorporar exercícios regulares e moderados também ajuda a manter a massa muscular e o bem-estar dos pets. É possível investir em caminhadas, natação ou até mesmo em exercícios de resistência, levando sempre em consideração a condição física do animal e seguindo as orientações do médico-veterinário.
Em casos mais sérios, o manejo adequado de condições crônicas e inflamatórias é essencial para minimizar o impacto dessas doenças. Medicações anti-inflamatórias e terapias complementares podem ser indicadas.
“A perda de massa muscular em cães idosos é um desafio multifacetado que envolve alterações hormonais, nutricionais, diminuição da atividade física e doenças crônicas. A compreensão desses mecanismos e a implementação de estratégias apropriadas podem ajudar a melhorar a qualidade de vida e a longevidade dos cães idosos. A colaboração entre tutores e médicos veterinários é fundamental para o manejo eficaz da sarcopenia canina e para garantir mais qualidade de vida aos peludos idosos”, finaliza Pamela.