Para muitos animais, especialmente filhotes, viajar de carro pode ser uma experiência desconfortável. Mas há formas prevenir o mal-estar
Cinetose é uma palavra não muito familiar à maioria das pessoas que têm pets. Seu significado, porém, é bem conhecido. Trata-se do enjoo causado pela sensação de movimento, normalmente em viagens de carro, que pode provocar vômito e outros desconfortos para o animal. Mas com alguns cuidados e providências, a viagem se torna mais agradável e menos traumática para os peludos.
A cinetose não acomete somente os animais. Os humanos também se ressentem do problema, principalmente quando leem no carro em movimento.
Mas por que isso ocorre? “A cinetose é uma leve confusão do sistema vestibular, presente no ouvido interno, responsável pelo equilíbrio. Quando o cérebro detecta que o ambiente está se movimentando, mas o indivíduo está parado, o sistema vestibular se confunde, promovendo vertigem e ocasionando enjoo e vômito”, explica a médica veterinária Taís Motta Fernandes, gerente de produtos da Avert Saúde Animal.
Os filhotes são os que mais sofrem com o problema. À medida que os cães amadurecem, os episódios de cinetose tornam-se mais raros, mas nenhum animal está livre de experimentar, eventualmente, esse desconforto. No caso dos idosos, quadros de mal-estar, enjoo e vômito devem ser observados com muita atenção, pois estes animais são mais suscetíveis à desidratação. Em pets cardiopatas, que fazem tratamento para doenças do coração, mesmo a desidratação leve pode influenciar no funcionamento do órgão e desencadear problemas mais graves.
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Para famílias que têm pets mais sensíveis, mesmo curta a viagem pode se tornar um pesadelo.
Especialmente quando o trajeto é repleto de curvas, a probabilidade de o animal enjoar é potencializada. “Não é possível eliminar a curvas da estrada, nem mesmo controlar o fluxo do trânsito, mas quando optamos por viajar com um pet, precisamos esquecer toda a pressa”, afirma Taís Fernandes.
Como forma de prevenção, a veterinária começa por recomendar uma temperatura agradável no interior do veículo. Isso porque, na tentativa de aliviar o calor, o pet tende a hiperventilar para regular a temperatura corporal, o que pode ocasionar vômitos. Para que o cachorro não se desloque no interior do veículo, mantê-lo com cinto de segurança é fundamental.
Pelo menos duas horas antes da viagem deve-se evitar dar alimento ao cachorro. Se o mal-estar for recorrente, a veterinária considera ministrar remédios que atuem na prevenção do enjoo. Mas as medicações só devem ser dadas sob orientação médica.
Em viagens longas, paradas a cada duas horas são importantes para que o animal faça as suas necessidades, descanse e tome um pouco de água para manter a hidratação.
Ao seguir todas as recomendações, pet e tutor têm grandes chances de fazer uma viagem tranquila e sem intercorrências.