Tempestades e pets: como identificar sinais de medo e proteger seu animal

Barulho de trovões e mudanças no clima podem causar ansiedade em animais; saiba como reconhecer os sinais e oferecer segurança nesses momentos

 

Tempestades costumam ser um espetáculo da natureza para os humanos, mas para muitos animais, o som dos trovões e o clarão dos relâmpagos representam momentos de grande tensão. Cães, gatos, aves e até animais silvestres podem mudar radicalmente de comportamento quando o tempo fecha e, entender esses sinais, é essencial para garantir seu bem-estar.

Sensibilidade além dos sentidos humanos

Antes mesmo de as primeiras nuvens carregadas aparecerem, muitos animais já percebem que algo está para acontecer. Cães e gatos, por exemplo, têm audição e olfato muito mais apurados que os nossos e conseguem detectar ruídos de trovões ainda distantes, além de alterações na pressão atmosférica.

Essa percepção precoce, fruto do instinto de autopreservação, faz com que alguns procurem abrigo, fiquem inquietos ou se aproximem dos tutores em busca de segurança.

Entre os animais silvestres, é comum observar aves voando em grupos mais baixos, formigas reforçando as tocas e sapos coaxando com mais intensidade.

Quando o medo tem nome e história

Alguns animais sofrem de forma intensa durante tempestades. É o caso da vira-lata Árya, adotada pelo casal de aposentados Nelson e Marlene Vaccari há seis anos. “Sabemos que vai chover antes de qualquer sinal de chuva porque ela dá o aviso e já fica nervosa”, conta Marlene.

A cadela apresenta coração acelerado, respiração ofegante e tremores fortes. “Dá muita pena. A gente tenta fazer carinho, acalmar e, às vezes, até precisamos dar umas gotinhas de canabidiol ou dipirona para ela relaxar um pouco. A qualquer sinal de chuva, ela vai para um cantinho da cozinha e fica apavorada”, relata a tutora. O histórico de abandono pode ter deixado a cadela ainda mais sensível a situações que ela associa a perigo.

Como como algumas espécies reagem

  • Cães – Podem latir de forma insistente, tremer, ofegar, tentar se esconder ou, em casos mais extremos, fugir e até pular de janelas.
  • Gatos – Preferem o isolamento, buscando refúgio em locais fechados como armários ou embaixo de móveis.
  • Cavalos – Podem correr em círculos ou demonstrar agitação intensa.
  • Aves – Tendem a se agrupar e procurar áreas mais protegidas.

Esses comportamentos não indicam “fraqueza”, mas sim respostas emocionais como medo e ansiedade, que fazem parte da sobrevivência de cada espécie. Animais que se escondem estão buscando proteção; aqueles que ficam mais próximos dos humanos confiam no tutor como fonte de segurança.

 

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Sinais de que seu pet está com medo

Os tutores devem estar atentos a sinais como:

  • Inquietação constante
  • Respiração ofegante
  • Tentativas de fuga
  • Vocalização excessiva (latidos ou miados)
  • Tremores ou postura encolhida

Respeitar esses sinais é fundamental — forçar interação ou exposição ao barulho pode agravar o estresse.

Cuidados para manter o equilíbrio emocional

Criar um ambiente seguro e acolhedor durante tempestades é a melhor forma de proteger o pet. Algumas práticas recomendadas incluem:

  • Disponibilizar um espaço silencioso e protegido, como um cômodo interno sem janelas.
  • Deixar brinquedos, caminhas ou cobertores que transmitam segurança.
  • Manter a companhia do tutor, sempre que possível, para transmitir calma.
  • Evitar broncas ou punições — o medo não é algo que o animal controla.
  • Em casos mais graves, buscar orientação veterinária para técnicas de dessensibilização ou uso de feromônios e outros recursos.

Mais que medo, uma questão de sobrevivência

O comportamento animal diante das tempestades é uma herança instintiva que ajudou inúmeras espécies a sobreviver ao longo da evolução. Para os pets, além da autopreservação, esses momentos reforçam a ligação emocional com seus tutores — afinal, sentir-se seguro é tão importante quanto estar fisicamente protegido.

Nessas horas, garantir que o animal esteja em um local seguro não é apenas um cuidado com o bem-estar emocional, mas também uma forma de prevenir acidentes, ferimentos e até tentativas de fuga motivadas pelo pânico.

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