Subdiagnóstico torna doenças articulares ainda mais desafiadoras em gatos

Tema ainda pouco abordado na medicina felina exige atenção de tutores e profissionais

 

As doenças articulares estão entre as principais causas de dor crônica e perda de mobilidade em cães e gatos, comprometendo o bem-estar e a qualidade de vida dos animais. No entanto, entre os felinos, esse ainda é um tema pouco discutido — e o subdiagnóstico é uma realidade que dificulta o tratamento precoce e eficaz.

Diferentemente dos cães, os gatos têm o hábito de ocultar sinais de dor e desconforto, o que pode levar tutores e até profissionais a subestimarem a gravidade do problema. “Esse é o principal desafio. Os gatos não sentem menos dor do que os cães, mas expressam de forma muito mais sutil, o que torna o diagnóstico mais complexo”, explica a médica-veterinária Patricia Guimarães, coordenadora de Serviços Técnicos da Unidade Pet da Vetoquinol Saúde Animal.

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Segundo dados técnicos da companhia, seis em cada dez gatos com mais de seis anos e nove em cada dez acima dos 12 anos apresentam algum grau de perda de mobilidade e flexibilidade. Essa limitação física impacta também o comportamento e o bem-estar emocional dos felinos.

Mesmo que discretos, alguns sinais podem indicar o desenvolvimento de doenças articulares, como a osteoartrose. Entre eles estão:

  • Menor disposição para saltar ou brincar;
  • Rigidez corporal e relutância em se movimentar;
  • Alterações de comportamento, como agressividade ou isolamento;
  • Diminuição do hábito de se lamber (grooming);
  • Sono excessivo ou dificuldade em usar a caixa de areia.

“Essas mudanças sutis merecem atenção. Quando identificadas precocemente, é possível adotar estratégias de controle da dor e suporte à mobilidade, contribuindo para uma vida mais ativa e confortável”, orienta Patricia.

A médica-veterinária reforça que o tratamento da osteoartrose felina deve seguir uma abordagem multimodal, combinando manejo nutricional, controle de peso, enriquecimento ambiental e acompanhamento veterinário regular.

Com maior conscientização sobre o tema e atenção aos sinais de desconforto, tutores e profissionais podem ajudar os gatos a viverem com mais qualidade, mesmo diante de doenças articulares — um assunto que, embora ainda pouco falado, merece cada vez mais espaço nas conversas sobre saúde felina.

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