Especialista alerta que a umidade nas patas pode causar problemas dermatológicos e aumentar o risco de leptospirose durante os passeios
Assim como os humanos, os animais de estimação sofrem com as mudanças climáticas. No período chuvoso, a umidade é um dos desafios para os pets, já que a água pode se acumular entre os dedos das patas criando um ambiente propício para a proliferação de bactérias e fungos. Lucas Edel, professor de Medicina Veterinária do Centro Universitário de Brasília (CEUB), cita alguns dos problemas que afetam cães e gatos nessa época e orienta os tutores sobre os cuidados para garantir a proteção dos amigos de quatro patas.
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“A umidade nos interdígitos, tecido que une os dedos, pode causar lesões dermatológicas, uma condição comum que se manifesta por meio de danos na pele do animal”, explica o professor. Mesmo protegendo as patas do contato direto com o chão, os calçados para pets não são recomendados, pois podem acumular umidade por dentro das patas, já que os animais também transpiram pelas patas. Edel frisa que, dependendo do material do sapato, como couro sintético ou tecido, a umidade pode ser potencializada.
“O uso de sapatos deve ser restrito a situações específicas, como para proteger uma lesão na pele. Fora essas circunstâncias, o contato direto das patas com o solo é sempre preferível”, esclarece. Após passeios em áreas molhadas, o professor recomenda secar bem os interdígitos e a parte inferior das patas: “Pode ser usada uma toalha seca e limpa. No caso de animais com muito pelo, o secador não deixa restar umidade, evitando a proliferação de microrganismos”.
Outro risco, embora menos provável, é a leptospirose, conforme adverte o médico veterinário. Segundo Lucas Edel, áreas com acúmulo de água aumentam o risco para animais e humanos, especialmente se houver urina de rato, que pode transmitir a bactéria leptospira. “Por isso, não é recomendável que os pets fiquem em contato prolongado com águas de enchente ou poças formadas pela chuva”, finaliza o especialista.