Para quem convive com gatos, as mordidas são uma situação comum e muitas vezes intrigante. Ao contrário do que se imagina, não se trata de agressividade pura e simples
Para os felinos, o ato de morder pode ser uma forma de comunicação, um sinal de desconforto ou até mesmo um gesto de carinho. O desafio para os tutores é interpretar corretamente esse comportamento e adotar estratégias que ajudem a reduzir episódios indesejados.
Comunicação felina: quando a mordida fala mais alto.
Os gatos possuem maneiras próprias de demonstrar limites. Um carinho que dura mais do que eles toleram, um toque em uma área sensível ou uma aproximação inesperada podem ser percebidos como invasivos.
Nessas situações, a mordida funciona como um aviso: “Já chega”. Essa linguagem é natural e faz parte da complexidade comportamental dos felinos.
Além disso, há outros contextos em que o hábito aparece. Gatos filhotes, por exemplo, costumam morder mais durante as brincadeiras — especialmente quando aprendem a usar as mãos do tutor como brinquedo. Em alguns casos, esse comportamento se prolonga na vida adulta.
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Há, também, os momentos em que o excesso de afeto desperta mordidinhas suaves — uma maneira peculiar de expressar amor. Em outros, o tédio ou a carência levam o gato a morder simplesmente para chamar atenção. Por fim, a dor também pode ser um fator: quando o animal está sofrendo, é comum que reaja com agressividade.
Estratégias para reduzir as mordidas.
Embora naturais, as mordidas podem se tornar incômodas. Mas existem atitudes simples que ajudam a transformar essa convivência.
O primeiro passo é observar a linguagem corporal do gato: orelhas para trás, rabo agitado e corpo tenso são sinais de desconforto. Nesses momentos, interromper a interação é a forma mais eficaz de evitar uma reação negativa.
Outro ponto essencial é direcionar a energia do felino para os brinquedos certos. Usar as próprias mãos como alvo pode reforçar um hábito difícil de eliminar. Brinquedos interativos, arranhadores e atividades que estimulem o instinto de caça são alternativas seguras e divertidas.
Também vale apostar no reforço positivo: recompensar momentos de brincadeira sem mordidas com petiscos e carinhos ajuda o gato a associar o comportamento calmo a experiências agradáveis.
Construindo uma relação saudável.
A tentativa de punir o gato nunca deve ser uma opção. Repreensões físicas ou verbais não são compreendidas pelos felinos e, ao invés de resolver o problema, podem gerar medo e desconfiança.
O ideal é respeitar os limites do animal, oferecer um ambiente enriquecido e investir em uma rotina de interações positivas.
Se as mordidas vierem acompanhadas de outros sinais de alteração no comportamento, como isolamento ou mudanças no apetite, o recomendado é buscar orientação veterinária. Em muitos casos, uma avaliação profissional pode identificar questões de saúde que precisam de atenção.