Especialista alerta para riscos de métodos forçados e ensina formas seguras de administrar medicamentos
Fazer um animal de estimação engolir comprimidos nem sempre é tarefa simples. A vendedora Layla Guimarães sabe bem disso. Seu poodle, Toddy, de 12 anos, trata de problemas renais há dois anos e precisa seguir um tratamento que inclui ração específica e, em alguns momentos, comprimidos de apoio. A rotina, no entanto, costuma ser desafiadora.
Layla já tentou de tudo: dissolver o comprimido na água, esconder entre a ração, misturar em comidas mais pastosas. Em situações mais tensas, chegou a tentar colocar a medicação diretamente no fundo da garganta do cãozinho, mas o resultado foi o oposto — Toddy vomitou e não ingeriu o medicamento. “É sempre uma luta. Estou sempre procurando alternativas para não machucar e, ao mesmo tempo, garantir que ele tome”, conta.
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De acordo com a médica-veterinária Juliana Hirai, especialista em fisioterapia para pets, forçar a ingestão é um erro comum que pode prejudicar seriamente a saúde do animal. “Quando você dá o comprimido enfiando direto na garganta, pode acabar causando esofagite, que é uma irritação no esôfago. Isso gera dor, vômito e até dificuldade para se alimentar”, explica.
O risco aumenta quando o método é repetido diariamente, elevando as chances de inflamação. Para evitar esse problema, Juliana orienta alternativas simples e mais seguras. Uma delas é oferecer o comprimido junto com uma seringa de água, o que ajuda na deglutição. Outra sugestão prática é usar alimentos como o coração de galinha, que possui cavidades naturais onde o comprimido pode ser colocado. “Assim, o tutor facilita a ingestão sem agredir o esôfago do animal”, destaca.
O recado é claro: paciência e criatividade são aliados dos tutores nesse processo. A escolha de métodos adequados faz diferença tanto para a eficácia do tratamento quanto para o bem-estar dos pets.