Projeto pioneiro no CEF 2 da Cidade Estrutural conta com espaço destinado aos gatinhos, construído com mão de obra de reeducandos da Funap
O Centro de Ensino Fundamental 2 (CEF 2) da Cidade Estrutural deu início a um projeto pioneiro com a construção de um gatil nas dependências da escola, focado em combater o abandono e os maus-tratos contra os animais no Distrito Federal.
Em parceria com o Instituto do Bem-Estar Animal (ICBEM), o projeto Educa + Pet chegou à escola para abordar temas importantes como a posse responsável, controle de zoonoses e adoção consciente.
A estrutura do gatil Pet Amigo foi planejada e o espaço construído pela Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso (Funap-DF), com mão de obra de reeducandos, destacando o caráter social do projeto.
Com foco na reabilitação animal e humana, o gatil oferece um espaço adequado para abrigar gatos em situação de vulnerabilidade, promovendo o bem-estar dos animais, enquanto estimula desde cedo o senso de responsabilidade e consciência social das crianças e proporciona a reeducandos uma oportunidade de aprendizado e reintegração à sociedade.
O gatil Pet Amigo era vontade antiga da diretora da unidade pública de ensino, Juliana Gomes de Assunção. Gateira assumida, ela comemorou a construção do espaço com a ajuda de parceiros e da comunidade.
“Quando cheguei na escola, em 2018, eu já percebi que tinham gatos andando por aqui e uma pessoa da cozinha que os alimentava. Tenho cinco gatos em casa e comecei a cuidar dos animais junto com a cozinheira. Assim que assumi a direção da escola, eu queria um local próprio para eles. Penso muito na importância dos animais na tratativa com as crianças”, afirmou Juliana.
Juliana contou que a área construída para os gatinhos, estava sem destinação e muitas vezes serviu para que bandidos conseguissem entrar e furtar a escola.
“Resolvemos cercar o espaço para deixar os nossos gatos e começamos a trabalhar com isso. Recebemos os animais, cuidamos deles e só introduzimos o contato com as crianças quando eles estão 100% saudáveis. A ideia é que eles comecem a amar e aprendam a combater os maus-tratos aos animais”, disse.
Leia mais:
- 8 sons que os gatos não gostam
- Como saber se o seu gato está com dor?
- Estudo indica que cães podem detectar doença de parkinson com elevada precisão
“Temos uma gata, inclusive, que a consideramos como ‘funcionária’ da escola: a Melissa. Ela tem vida livre e fica nas nossas salas para dar suporte aos professores e alunos. Totalmente dócil e sociável”, completou a diretora do CEF 2.
Adoção
Hoje, cinco gatos ocupam o projeto pedagógico no gatil Pet Amigo do CEF 2. Juliana pede parcerias públicas e privadas para conseguir resgatar, reabilitar, vacinar e castrar os animais para encaminhá-los para adoção. Outros três filhotes foram recebidos e serão destinados para o gatil.
“Toda doação e serviço voluntário para nos ajudar é bem-vindo. Dentro do plano do projeto, pretendemos trazer parcerias para a nossa escola. Veterinários formados ou faculdades que queiram fazer uma clínica escola, estamos abertos a tudo isso. Também precisamos de ração, areia e o que mais quiserem doar aos nossos bichinhos. Basta fazer uma visita à nossa escola”, ressaltou Juliana.
Estrutura
Construído por reeducandos da Funap, o caráter do projeto vai muito além de ser somente um abrigo para gatos, é uma verdadeira aula de cidadania e transformação.
“Nós tínhamos a ideia de implantar um gatil e um canil na nossa área agrícola e isso nunca saiu do papel. Quando soubemos que o CEF 2 decidiu construir, logo nos prontificamos a ajudar. Estamos à disposição de qualquer parceria para promover ações como esta. Nosso objetivo é ampliar cada vez mais essas oportunidades, fortalecendo parcerias e buscando sempre novas formas de qualificação”, destacou a diretora-executiva da Funap-DF, Deuselita Martins.
Ao todo, quatro reeducandos atuaram na instalação por aproximadamente 15 dias. Colchões e feltros para o acabamento dos equipamentos também foram confeccionados pela oficina de costura realizada pela Funap.
Além da capacitação profissional, os reeducandos são remunerados com o equivalente a três quartos de um salário mínimo e, por meio da atividade, conseguem a remição da pena, que consiste na redução de um dia para três trabalhados, conforme o artigo 126, da Lei de Execução Penal. Todos os selecionados atendem a critérios técnicos, que observam questões como bom comportamento e a condição do cumprimento da pena.
Ao todo, quatro reeducandos atuaram na instalação por aproximadamente 15 dias. Colchões e feltros para o acabamento dos equipamentos também foram confeccionados pela oficina de costura realizada pela Funap.
Além da capacitação profissional, os reeducandos são remunerados com o equivalente a três quartos de um salário mínimo e, por meio da atividade, conseguem a remição da pena, que consiste na redução de um dia para três trabalhados, conforme o artigo 126, da Lei de Execução Penal. Todos os selecionados atendem a critérios técnicos, que observam questões como bom comportamento e a condição do cumprimento da pena.
Veja a entrevista: