Dia Mundial do Diabetes: como proteger cães e gatos da doença que já pode afetar até 14% dos pets

Especialistas explicam como identificar, prevenir e manejar o diabetes mellitus em cães e gatos, condição que exige atenção contínua dos tutores

 

14 de novembro marca o Dia Mundial do Diabetes, data voltada à conscientização sobre uma condição que exige cuidados constantes — e que não afeta apenas humanos. Cães e gatos também podem desenvolver diabetes mellitus, uma doença crônica que, quando não tratada corretamente, pode causar sequelas graves e até levar o animal à morte.

Embora ainda não existam dados populacionais consolidados sobre a prevalência da doença em pets no Brasil, estima-se que cerca de 14% dos cães e gatos convivem com o diabetes. O número reforça a importância do acompanhamento veterinário contínuo e da atenção redobrada dos tutores.

Para ajudar quem convive com pets diabéticos — ou deseja prevenir a doença — a equipe do Portal PetON reuniu informações e orientações sobre diagnóstico, cuidados e tratamento.

O que causa diabetes em cães e gatos?

Segundo a médica-veterinária Vivian Quito, três fatores estão diretamente relacionados ao desenvolvimento do diabetes em pets: genética, obesidade e sedentarismo.

Genética: é um fator sobre o qual o tutor não tem controle.

Obesidade e sedentarismo: dependem diretamente dos cuidados da família e são decisivos na prevenção.

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A especialista destaca que uma alimentação equilibrada, variada e oferecida nas quantidades adequadas é fundamental. Manter o peso ideal e estimular a prática regular de exercícios também reduz significativamente o risco da doença.

Cães costumam se exercitar com maior facilidade em passeios e brincadeiras ao ar livre. Já os gatos, apesar de mais caseiros, também precisam de estímulos — brinquedos interativos, prateleiras, circuitos e enriquecimento ambiental ajudam a manter os felinos ativos.

Quais são os principais sintomas do diabetes em pets?

Entre os sinais mais comuns, Vivian Quito destaca:

Emagrecimento progressivo

  • Polifagia (aumento da fome)
  • Poliúria (urina em excesso)
  • Polidipsia (sede excessiva)

Em estágios mais avançados, podem surgir respiração ofegante, vômitos, falta de apetite e, nos gatos, o característico andar plantígrado, quando o felino encosta o calcanhar no chão ao caminhar.

Ao notar qualquer uma dessas alterações, o tutor deve buscar um veterinário imediatamente.

Como é feito o tratamento?

Após o diagnóstico, o acompanhamento deve ser conduzido por um veterinário endocrinologista, que irá ajustar doses de insulina, rotina alimentar e frequência dos exames.

O tratamento geralmente inclui:

  • Aplicação de insulina a cada 12 horas
  • Rações específicas para pets diabéticos, ricas em fibras e com carboidratos de baixo índice glicêmico
  • Controle rigoroso da dieta
  • Atividade física leve e regular, sempre em horários consistentes

A veterinária alerta que alguns alimentos devem ser evitados: petiscos industrializados ricos em carboidratos, frutas e vegetais muito doces (como cenoura e beterraba), comidas gordurosas e carboidratos de alto índice glicêmico, como arroz branco, batata inglesa e itens com farinha refinada.

Riscos e complicações da doença

Vivian Quito reforça que as complicações mais graves do diabetes em cães e gatos são a cetoacidose diabética e a hipoglicemia ou hiperglicemia. Ambas representam risco imediato à vida, mas podem ser revertidas quando identificadas rapidamente.

Entre outras consequências comuns da doença, destacam-se:

  • Catarata diabética, que pode levar à cegueira
  • Infecções recorrentes
  • Cistites
  • Alterações hepáticas e pancreáticas
  • Baixa imunidade

Nos gatos, há um ponto importante: quando o diagnóstico é feito precocemente e o manejo é rigoroso, é possível alcançar a remissão da doença, permitindo que alguns felinos deixem de precisar de insulina.

Dia Mundial do Diabetes: um alerta também para quem tem pets

A data de 14 de novembro reforça a importância de atenção contínua à saúde dos animais. Pequenas mudanças na rotina — como oferecer alimentação adequada, estimular exercícios e manter o peso ideal — ajudam a prevenir a doença e garantem uma vida mais saudável aos pets.

Quanto antes o diagnóstico for realizado, maiores são as chances de estabilização e, no caso dos gatos, até de remissão. Cuidar da saúde metabólica dos animais é um ato de amor, prevenção e responsabilidade.

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