Ação da ONG internacional Sinergia Animal acontece diariamente até sexta-feira (21) e inclui no trajeto as unidades do supermercado e principais pontos da capital gaúcha
Uma carreta de LED está circulando pelas ruas de Porto Alegre (RS), nesta semana, exibindo imagens impactantes sobre o sofrimento de porcas confinadas em gaiolas de gestação. A ação faz parte da campanha da ONG internacional Sinergia Animal, que pressiona o Zaffari a assumir um compromisso pelo fim da prática controversa, já banida por concorrentes como Pão de Açúcar e St. Marche.
“Sem uma política para a sua cadeia de fornecimento, o grupo Zaffari permite que porcas grávidas passem praticamente suas vidas inteiras confinadas em gaiolas individuais, sem espaço sequer para se virar ou caminhar. Esse sistema de produção extremo causa intenso sofrimento físico e psicológico aos animais. Isso não pode ser ignorado”, explica Cristina Diniz, diretora da Sinergia Animal no Brasil.
Amplamente utilizadas na pecuária industrial, as gaiolas de gestação são um dos sistemas mais controversos da produção de carne suína. Tratam-se de estruturas estreitas de metal que mal ultrapassam o tamanho dos corpos dos animais, impedindo que dêem mais do que alguns passos para frente e para trás. Frequentemente, o confinamento prolongado leva porcas grávidas a desenvolverem problemas de locomoção ou comportamentos repetitivos para lidar com a frustração intensa, como morder as grades incessantemente.
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A carreta percorre a capital gaúcha entre os dias 19 e 21 de fevereiro, passando em frente a unidades do Zaffari e outros locais importantes como o Centro Histórico, o parque da Redenção e a Orla do Guaíba.
Além de três telões expondo a realidade das porcas, um alto falante convida pedestres a pedir que o Zaffari implemente padrões mais elevados de bem-estar animal. Ativistas da Sinergia Animal também se concentram em frente às unidades do Zaffari na cidade para distribuir panfletos e conversar com clientes da rede para conscientizá-los sobre a realidade da produção de carne suína.
“O Zaffari tem o dever de acompanhar as boas práticas do setor. O uso de gaiolas de gestação não foi banido apenas por seus concorrentes — essa é uma tendência global, já proibida no Reino Unido e em diversos países. Sem um compromisso para sua rede de fornecimento, o Zaffari não pode garantir que a carne suína vendida em sua rede atenda a padrões mínimos de bem-estar animal. Está na hora da empresa ouvir os consumidores e se posicionar de forma ética”, conclui Diniz.
A organização busca diálogo direto com o grupo Zaffari desde abril de 2024, propondo soluções viáveis para eliminar a prática da cadeia de produção da rede. Além de manifestações em Porto Alegre, a campanha conta com uma petição online e ações em São Paulo — incluindo uma com carreta semelhante, realizada em dezembro na capital paulista.