Brasileira adota cadelinha que a seguiu durante trilha no Everest: “Foi amor à primeira vista”
Durante uma expedição ao Himalaia, Ana Carolina conheceu Luna, uma cadelinha que decidiu acompanhá-la em sua jornada de 60 km. O encontro mudou para sempre a vida das duas.
Durante uma viagem ao Nepal, a brasileira Ana Carolina de Mattos tinha um grande objetivo: realizar o sonho de conhecer de perto as paisagens desafiadoras do Himalaia e alcançar o acampamento-base do Monte Everest, a 5.364 metros de altitude.O que ela não imaginava é que, no meio do caminho, encontraria alguém que mudaria o rumo da aventura — e da vida.
No quarto dia de trilha, entre os vilarejos de Namche Bazar e Tengboche, uma cadelinha apareceu de repente na beira da estrada. “Fiz um carinho nela e, quando percebi, já estava caminhando ao meu lado”, contou Ana.
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Companheirismo inesperado
No início, Ana pensou que seria apenas mais um dos cães que circulam pelos vilarejos em busca de comida. Mas, diferente dos outros, aquela cachorrinha não foi embora.
Com passos firmes e silenciosos, seguiu a trilha com a brasileira. Foram cerca de 60 quilômetros percorridos juntas, enfrentando chuva, frio e jornadas de até 12 horas por dia.
“Dormíamos juntas. Uma noite ela sumiu e achei que tinha ido embora, mas no dia seguinte estava me esperando na porta. Foi uma emoção enorme”, relembra.
O auge da aventura
O momento mais marcante foi quando Ana chegou ao acampamento-base do Everest. Exausta, emocionada e realizada, olhou para o lado e viu que Luna — nome que a cadelinha receberia mais tarde — tinha completado a jornada com ela.
“Ali as condições eram duríssimas, mas, mesmo assim, ela seguiu comigo até o fim. Foi o ápice de tudo”, conta.
A despedida, no entanto, foi dolorosa. Ana precisou retornar ao Brasil sem conseguir levar a nova amiga de imediato. “Chorei o caminho todo de volta. Sentia como se estivesse abandonando-a.”
Do Himalaia ao Brasil
Meses depois, com pesquisa, paciência e muito esforço, Ana conseguiu resgatar Luna. O processo não foi simples: foram dias até levá-la de uma vila do Himalaia até Katmandu, além de toda a burocracia com vacinas, documentação e transporte internacional.
“Foi um processo complexo, mas deu certo. Quando finalmente a vi em segurança no Brasil, foi uma alegria indescritível.”
Nova vida
Acostumada a um ambiente hostil e distante do convívio humano, Luna demorou a se adaptar. No início era desconfiada e assustada. Mas o tempo, o carinho e o cuidado transformaram a cadelinha.
“Hoje ela é dócil, obediente e muito companheira. Só me trouxe alegrias”, diz Ana.
Atualmente, Luna divide a vida entre São Paulo e o Rio de Janeiro, e passa temporadas no interior de São Paulo com a família de Ana. Já até experimentou os prazeres de um passeio pela praia de Ipanema.
Um encontro de destino
Para Ana, não há dúvidas de que a história foi guiada por algo maior.
“Eu acredito em destino. O que tem que ser, será no tempo de Deus. E a Luna tinha que estar no meu caminho.”