Ataques de cães reacendem debate sobre agressividade e criação dos animais

Especialistas reforçam que comportamento violento pode estar mais ligado ao ambiente do que à raça

 

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Para o veterinário comportamental e adestrador Rafael Ramos, que atua há 26 anos com cães, a agressividade é sempre resultado de múltiplos fatores, não podendo ser atribuída exclusivamente ao porte ou à genética do animal. “É precipitado afirmar que um cão atacou por instinto ou maldade. Em muitos casos, ele está reagindo a um ambiente de estresse ou confusão”, explica.

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No caso mais recente, uma idosa foi encontrada morta em casa, e a suspeita recaiu sobre o cão que vivia com ela. Para o especialista, ainda é cedo para responsabilizar o animal. “A pessoa pode ter tido um mal súbito e, ao vê-la desacordada, o cão tentou despertá-la com mordidas ou puxões. Muitos cães fazem isso por não compreenderem o que está acontecendo”, pondera.

Segundo profissionais da área de adestramento e comportamento animal, o modo como o cão é criado tem influência direta sobre seu temperamento. “Cães que vivem em ambientes estressantes, sem rotina, com punições físicas ou falta de estímulo físico e mental, tendem a desenvolver comportamentos agressivos”, alerta Rafael Ramos. Ele lembra que algumas raças têm, sim, predisposição genética para caça ou proteção, mas que isso não significa, por si só, que serão violentas.

O ambiente ideal para a criação de um cão deve oferecer segurança, previsibilidade e estímulos adequados desde a fase de filhote. Isolamento, falta de socialização, privação sensorial e rotina caótica são elementos que favorecem a agressividade. “Ambientes com gritos constantes, brigas, ausência de passeio, de contato com outros animais e com humanos são gatilhos para comportamentos violentos”, diz Ramos.

Como agir diante de um ataque?

O especialista reforça que algumas atitudes simples podem minimizar o risco em situações de ameaça. Entre elas:
• Evite correr ou fazer movimentos bruscos, que podem ativar o instinto de caça do animal;
• Não olhe diretamente nos olhos do cão, pois isso pode ser interpretado como desafio;
• Afaste-se lentamente, sem virar de costas;
• Observe os sinais corporais do cão — pescoço rígido, dentes à mostra ou rosnado são indicativos de alerta;
• Use uma barreira física, como uma mochila ou guarda-chuva, para se proteger se necessário.

Em situações graves, a recomendação é acionar imediatamente o Centro de Controle de Zoonoses ou outros órgãos competentes.

Fonte: informações do portal G1 e redação PetOn

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